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AIDS 25 anos

Autor: Thiago Rosa

O vírus que mudou o mundo. 25 anos depois, 25 milhões de mortes

Caramba, 25 anos! – penso eu. Praticamente a minha idade.

Enquanto eu ainda esperava vir à luz no ventre de minha mãe, o vírus da aids começava a mostrar-se presente diante da população mundial. Acredito que ninguém naquela época esperava que aquele foco de doença ganhasse o globo terrestre e hoje estar no posto da segunda doença infecciosa que mais faz vítimas no mundo. Só perde para a tuberculose. O grande agravante que difere desta, é que a aids não tem cura. Após 25 anos de luta contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), o que se conseguiu até hoje é neutralizar o agente, fazendo com que os portadores vivam por muito mais tempo e tenham melhor qualidade de vida.

O nascimento de uma pandemia. Foi o que aconteceu em 1981 quando os hospitais americanos constataram cerca de 40 casos de jovens com o sarcoma de Kaposi, um câncer raro de pele que aparecia normalmente em pessoas idosas. O diferencial é que este tipo de câncer, que normalmente demorava a se agravar, fez com que os novos pacientes morressem pouco depois de darem entrada no hospital.

Outro fator importante percebido inicialmente é que todos os pacientes que possuíam este mesmo sintoma eram gays. Fato que despontou para uma nova doença identificada como “câncer gay” e batizado de “grid” (sigla em inglês pára imunodeficiência relacionada aos gays). Algo que fez aumentar ainda mais o preconceito contra a classe homossexual.

Anos mais tarde a doença começava a se espalhar entre os heterossexuais ou qualquer grupo social que pudesse imaginar, inclusive criança. As notícias de novos casos de contaminação junto à falta de informação sobre as formas de transmissão levaram as pessoas a estado de pânico, além do preconceito já formado em toda sociedade. Médicos ou grupos salvadores de vidas se recusavam a atender ou mesmo cumprimentar pessoas que apresentavam os sintomas da doença.

No Brasil já foram notificados cerca de 371 mil casos de aids desde a descoberta do primeiro caso na década de 80, até junho do ano passado. A taxa de incidência foi crescente até metade da década de 90, onde em 1998, a cada 100 pessoas, 17 estavam contaminadas.

A maior concentração do caso está na região sul e sudeste do país com 80% dos casos registrados.

Em 2004, uma pesquisa de abrangência nacional estimou que cerca de 593 mil pessoas, entre 15 e 49 anos, são portadoras do HIV e aids. Deste total, cerca de 204 mil são mulheres e 389 mil são homens. A mesma pesquisa mostrou que quase 91% da população brasileira, de 15 a 54 anos, citaram a relação sexual como a maior forma de transmissão do vírus e 94% disseram ser o uso do preservativo como meio de prevenção da infecção. O conhecimento é maior entre as pessoas de 25 a 39 anos, entre os mais escolarizados e entre as pessoas que moram nas regiões mais afetadas, Sul e Sudeste.

O país acumulou cerca de 172 mil óbitos por aids até dezembro de 2004. Até 1995 a curva de mortalidade acompanhava a curva de incidência da aids, quando atingiu a marca de 9,7 óbitos por 100 mil habitantes.

Se no começo da epidemia as pessoas contaminadas morriam pouco após os primeiros sintomas, hoje uma pessoa com HIV tem vários meios de evitar que a doença se manifeste. O sucesso dos novos tratamentos, o famoso coquetel que é uma mistura de várias drogas que diminui cerca de 99% da quantidade de vírus no organismo do portador, fez com que anunciassem que a doença havia deixado de ser fatal e se tornado crônica, como a diabetes por exemplo. Ou seja, que não teria plena cura, mas daria pra se viver com alguns cuidados e medicamentos pelo resto da vida.

O Brasil, exemplo mundial na campanha contra a aids, fornece a ajuda necessária a todas as pessoas que tenham diagnosticado o vírus. Uma feliz e mínima exceção. Grande parte das pessoas portadoras do HIV, no mundo, não recebem tratamento com anti-retrovirais, que ainda é muito caro. Em 1995 o governo brasileiro gastou 800 milhões de reais com medicamentos para 170mil soropositivos. Com isso, todas as pessoas soropositivas podem ser acompanhadas por médicos ou receberem o coquetel de drogas anti-retrovirais quando há a necessidade de tratamento. Sem contar os inúmeros postos gratuitos onde as pessoas podem fazer o exame de sangue anonimamente.

Infelizmente grande parte da população mundial não tem acesso a nenhum tipo de medicamento ou mesmo informação. Sem prevenção o HIV se espalha. O continente africano é o mais afetado. A região que concentra 10% da população mundial tem 60% dos casos de AIDS registrados no mundo. Países como Suazilândia ou Botsuana tem praticamente 40% da população infectada. Pra se ter uma ideia, a cada minuto uma criança é infectada no mundo e outra morre em decorrência da AIDS.

Calcula-se que, se não houver investimentos a longo prazo, daqui a 20 anos 83milhões de pessoas devem se tornar vítimas da aids, mais de três vezes o número total de vítimas do HIV até hoje no planeta.

A doença fez com que certos hábitos, principalmente da população sexualmente ativa, fosse alterado forçosamente. Os indicadores relacionados ao uso de preservativos mostram que aproximadamente 38% desta população usou preservativo na última relação sexual. Este número chega a 57% quando se consideram apenas os jovens de 15 a 24 anos, independentemente da parceira.

Em 1986, apenas 8% dos jovens brasileiros afirmaram ter usado camisinha na primeira relação sexual, contra 47,8% em 1998 e 65,5% em 2005.

Neste tempo todo de pesquisa sabe-se que a AIDS é causada por um retrovírus que é o HIV. Já sabemos também de como ela age e já se tem boa ideia de como ganhou o mundo todo. O que não temos ainda é a fórmula de como resolver este problema. Já é de conhecimento de todos que o agente não é causador direto da morte da vítima, mas o grande amigo das doenças oportunistas. Isto porque o HIV destrói as células responsáveis pela defesa do nosso organismo, o que torna a pessoa vulnerável a outros tipos de infecções e doenças oportunistas.

Já existem diversas hipóteses de como o vírus veio parar na corrente sanguínea humana. Calcula-se que o HIV já “pulou” em três momentos dos primatas para o ser humano. O primeiro diagnóstico foi em 1930. Quase três décadas depois, em 1959, houve o primeiro caso documentado de morte pelo vírus, porém só em 1981 que a doença foi classificada como síndrome, após 121 casos com os mesmos sintomas diagnosticados até o final daquele ano.

Em 1988 a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o 1º de dezembro como Dia Internacional de Luta Contra a AIDS. A fita vermelha, símbolo, surgiu 3 anos depois. Hoje, o que não falta é informação a respeito do HIV. Só não podemos comemorar este aniversário monstruoso e que algumas estatísticas apontam como catastróficas se os governos e as sociedades não derem bola para todos estes fatos, casos e histórias. Uma coisa é certa: AIDS não é lenda. A grande preocupação é que com o fácil acesso ao medicamento, como no Brasil, e a amostra de que a aids não é mais fatal, que as pessoas não deem mais tanta bola pela prevenção.

Uma mensagem é bem clara para finalizarmos:”A cura da aids depende, não apenas de algumas normas e precauções demarcadas pela medicina convencional, mas principalmente, “de uma nova conduta moral” – Espírito de Adolph Fritz.

Pesquisas usadas nas referências:

www.aids.gov.br

revista “super interessante” – 224 março/2006

Fala MEU! Edição 37, ano 2006

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