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André Marouço: Responsável pela TV Mundo Maior

Por: Thiago Rosa e Rodrigo Prado

Conversamos com André Marouço, responsável hoje pela TV MUNDO MAIOR. Você não conhece a TV? Então siga-nos nas linhas abaixo e conheça um pouco desta proposta que já tem mais de três anos no ar e que está cheia de projetos para todos os públicos.

André Marouço

O que significa a TV Mundo Maior?

A TV está no ar desde o primeiro dia de 2006. Hoje nós temos cerca de 50h de conteúdo inédito. Tem ainda as programações enviadas por terceiros, como a Casa Grande Cristo, Casa do Caminho, Federação Espírita do Paraná, entre outros produtores que não são necessariamente do meio espírita, mas que produzem programas interessantes como o Via Legal, que é um programa de cidadania e o Ação em Meio Ambiente, produzido pela UNIFIEO que é uma Universidade de Osasco. Além disso temos o outro braço da TV que é a Mundo Maior Filmes e que está com este projeto de cinema (Projeto Mundo Maior de Cinema).

A TV funciona só com voluntários?

Não! Nós somos em 39 profissionais. Que são profissionais de CLT, pessoas jurídicas e também estagiários, além do volume de voluntários como apresentadores de programa, alguns produtores e coprodutores. Mas nós buscamos a profissionalização mesmo. Esperamos no futuro que todos façam a TV Mundo Maior como profissionais.

E como cresce a TV Mundo Maior? Qual o alcance ou como fazer pra alcançar mais pessoas?

A bem da verdade é que não investimos em comunicação, contrariando o que dizia Abelardo Barbosa: “quem não se comunica, se trumbica”. Passamos estes três anos iniciais com a opção de formar pessoas que pudessem levar a TV adiante, inclusive nós próprios, e então formaram a programação. Eu vejo que este período está se encerrando e, como nós tínhamos no início que colocar o canal no primeiro dia de 2006, nós fomos contratados em setembro de 2005, e como os recursos para televisão eram baixos, optamos por formar a equipe. Então trouxemos pessoal da faculdade, profissionais que estavam parados algum tempo para poder formar o corpo que hoje está bem bacana. Agora é o período onde já temos uma programação consolidada, que é onde desenvolvemos projetos e vamos ao mercado buscar patrocínio para estes projetos e para poder desenvolver crescimento da emissora e parte destes recursos serem destinados para divulgação. Nós acreditamos que o futuro da TV é pela web, como plataforma de distribuição; acreditamos em conteúdo de programação de curta duração, estimado entre três e cinco minutos, que é para atender o dinamismo das pessoas. Você está na frente do computador, por exemplo, você entra no site da TV para assistir um programa, aí alguém te chama no MSN, daí você lembra que tem que ler um e-mail, e aí tem que pagar uma conta… e programas com muito tempo não dá, você tem que fazer produtos curtos com no máximo cinco minutos, ter uma mente moderna e dinâmica e aproveitando todos os recursos que a tecnologia pode oferecer.

Diferente do que vemos hoje!?

É, nós temos uma vontade muito grande que os oradores, os expositores e estudiosos da doutrina espírita que não estejam à frente das câmeras, mas que estejam atrás das câmeras trabalhando com roteiristas e diretor. Eles dizem a linha de programação que vai ser, mas quem está na frente da câmera é ator, é apresentador, profissional de TV e cinema.

Precisa ver se o pessoal vai querer!? Isso não iria mexer com o ego das pessoas?

Ah, mas aí tem um camarada que se chama Jesus que ele é o dono da TV. Enquanto nós estivermos aqui, creio que é assim que vai ser. Evidente que isso é um período, não dá pra chegar amanhã e mudar isso, mas dá pra migrar. Dá pra imaginar que daqui alguns anos a programação seja diferente.

É uma questão de cultura?

Aí é aquela coisa: se nós pegarmos um garoto de 15 anos e falarmos de “Ação e Reação” em uma palestra de 1h30, ele em dois minutos foi embora. Porque a concorrência é grande. Ele foi embora para os outros canais todos, mas se em três minutos contarmos uma historinha bem legal, bem bacana e contando com os recursos que temos hoje, ele te ouve, ele se educa.

Pensando neste garoto de 15 anos, qual o público alvo de vocês?

Hoje, a maior parte do público está na faixa entre 40 e 60 anos, mas tentamos baixar para o público dos 30 anos aos poucos. Nosso sonho mesmo é falar para o público entre 20 e 40 anos, falar também para o público da melhor idade, do garotinho também, do pessoal que está em início de vida, que está cheio de dúvidas, medos, começando no mercado de trabalho e no planejamento familiar. Este pessoal seria legal de darmos o primeiro atendimento. Hoje temos, por exemplo, três peças que são voltadas para este público: Programa “Eco Espiritualidade”, que é um programa de curta-duração, de até cinco minutos e que fala de ecologia e espiritualidade, extremamente moderno e apresentado por uma jovem que é gestora ambiental, com uma linguagem visual e desenho bem dinâmico; tem o programa “Simplificando”, da psicóloga Marli Rodrigues, que é da Rádio Boa Nova, que durante quatro ou cinco minutos dá toques de como as pessoas podem simplificar suas vidas, bem moderno, com bastante recursos visual e 3D, tomadas externas; e tem agora o produto que está pra estrear “Geração Z”, que é pra ensinar os pais a educar seus filhos, com simplicidade, falando para pais de 30 a 40 anos de maneira a simplificar os papéis dos pais, mostrar que é possível educar sem ser muito rígido e sem ser muito liberal.

Mas como fazer para o jovem participar da programação?

Precisamos estudar maneiras. Hoje o jovem é mais participativo, a web exige isso dele e ele responde.

Nós vimos pela web o clipe do RAP DA PAZ, que já é uma linguagem bem diferente, bem legal. Vimos que vocês até pintaram o muro aqui na rua para gravar o clipe. Isso é um exemplo do que é a TV para o jovem?

É isso que pretendemos fazer. Educar sem falar que está educando. Está falando de Jesus, de reencarnação, de respeito ao próximo, de não à violência e tudo isso com a música. É bacana dançar, é legal se divertir, é legal o grafite, é careta fumar. E nisso a gente dá o recado e o camarada absorve o produto. Essa é nossa linha de programação, só que fazer televisão ainda é caro. Já foi muito mais caro. Quando comecei em televisão nós saíamos pra rua com seis pessoas: um câmera, um operador de áudio, operador de VT, um assistente de câmera, um repórter e um motorista. Hoje em dia você com três pessoas fazem uma reportagem. Antigamente uma câmera legal era U$60mil, e hoje com R$7mil você compra uma que consegue atingir o que você quer, mais um computador e um software e pronto. Aí você só precisa ter competência e conteúdo.

Como a TV consegue se manter? É por patrocínio?

Hoje em dia a TV ainda não conseguiu retornar o investimento inicial. A TV existe graças à “Fundação Espírita André Luís”. Uma das formas que a Fundação consegue trazer recursos para colocar na TV e na Rádio é através dos Amigos da Boa Nova, que as pessoas participam mensalmente com um valor. E nós enfrentamos um mercado que, infelizmente, a mídia religiosa traz um ranço. Quando alguém vê uma mídia religiosa, torce o nariz: “O meu cliente não vai querer colocar o produto dele nisso”.  Então estamos trabalhando para mudar isso. Nós não buscarmos fazer proselitismo e não queremos converter ninguém. Só queremos passar nossa mensagem e que pode ser falada para qualquer religião.

O espiritismo tem uma abertura maior hoje em dia. A mídia espírita também consegue ter seu espaço?

Nós tivemos os precursores deste movimento atual que o espiritismo passa. Agora é o momento da divulgação espírita. E o primeiro momento foi de abrir picadeiro, feito por esse pessoal todo valoroso como Chico, Bezerra, Yvonne do Amaral entre tantos outros que estiveram aí e deram uma contribuição de valor, para dizer que a doutrina espírita é moderna, é acolhedora e não exclui. E acredito que agora vamos colher os louros destes trabalhos que eles fizeram, aonde muita gente hoje até acha modismo ser espírita, ser algo bacana. Então vamos aproveitar disso pra passar o nosso conteúdo e queremos, sim, trazer as contas publicitárias, os recursos deles. Evidentemente que não dá para colocar cigarro, mas… acho que um dia muita gente vai querer colocar sua marca, seu produto aqui.

O grane foco de vocês no futuro é a Internet. Hoje existe um grande número de pessoas que conseguem acessar a rede, mas ao mesmo tempo ainda existe uma grande parcela de pessoas que não tem acesso ainda a este veículo. Como vocês pensam em contornar isso?

Pois é, mas isso é algo que resolvemos com médio ou pouco tempo. Por exemplo, saiu uma pesquisa recente que as classes C e D elegeram como símbolo de status o aparelho celular. Ou seja, eu não posso ter um carro de R$ 200mil, mas posso ter um celular com um preço ainda acessível e que a tecnologia avança muito e são celulares de última geração e que tem aí o acesso 3G. Então é algo que logo o pessoal consegue ter acesso a isso tudo. E mesmo assim tem as “lans”, que o pessoal paga aí R$1 ou R$2 e tem acesso fácil, ou seja, só precisamos ter coisa boa. Nós acreditamos aqui muito em “vídeo viral” onde um vídeo que tenha os seus três minutos caia, por exemplo no youtube e aí um vai interagindo com o outro e se espalha de uma forma onde todo mundo tem acesso fácil no seu e-mail, no seu computador, no celular. Nós acreditamos nisso.

Fale sobre o Projeto Mundo Maior de Cinemas

O projeto nasceu de uma vontade nossa de levar para a teledramaturgia o conteúdo espírita. Nós já estávamos fazendo a TV há algum tempo, mas ainda estávamos com muito rádio na TV e tínhamos uma vontade muito grande de fazermos uma peça dramatúrgica. Aí fizemos o primeiro capítulo do livro “Nosso Lar” e foi um sucesso. Quem dirigiu foi o Edson Braga que trabalhou conosco aqui e hoje em dia é companheiro da espiritualidade, além de ele ser o diretor da primeira novela “A viagem”. O sucesso foi maior ainda pela internet, com centenas de emails, pelo youtube e o pessoal começou a passar um para o outro e aí pensamos que este é o caminho. Tudo bem que não conseguimos fazer um deste por mês porque demanda tempo, demanda dinheiro e temos uma grade de programação pra manter. Então tivemos a ideia de fazer o projeto, conseguimos patrocinadores para aquisição de equipamentos de cinema e patrocinadores que bancassem oito curtas. Extraímos de “O Livro dos Espíritos” oito trechos do livro e deixamos disponível na internet assim como divulgar para faculdades e escolas de Cinema e Rádio e TV, convidando as pessoas a participarem, estudarem o trecho e escreverem o roteiro dramatúrgico, ficção, que explique o texto escolhido. O projeto tem em novembro a Mostra de Cinema Mundo Maior Filmes aonde serão exibidos oito curtas e são premiados o melhor diretor, melhor roteirista, melhor diretor de arte, melhor diretor de fotografia, melhor trilha original, entre outras. Estes escolhidos compõem um longa que terá uma trama paralela que vai unir em uma única obra os oito curtas. Em novembro teremos a metade do filme pronto e no primeiro trimestre do próximo ano produzimos a trama que reúnem todos os curtas.

Você acredita que filmes como o do Bezerra, a biografia do Chico que está sendo gravada, ajudam o movimento espírita a alavancar um maior público?

Sem dúvida nenhuma. Eu acredito que o filme do Bezerra, por exemplo, realmente abriu um caminho lindo para o cinema espírita. O que precisa é ser muito bem feito e aí vem a “Globo Filmes” lançar no próximo ano a vida do Chico Xavier. Nossa, será uma propaganda para o meio espírita que eu acho que nenhum livro até hoje fez, que nenhum orador, por melhor que seja, conseguiu fazer. Eu tenho impressão que este filme vai levar o Chico para o mundo inteiro. Acho que vamos ter um marco como Chico antes e depois do filme, a doutrina espírita antes e depois do filme e, esperamos beber disso. O filme será lançado no primeiro semestre de 2010 e nós lançamos o nosso no segundo semestre, e esperamos que o mercado esteja muito afim de continuar investindo nesta área.

PARA SABER MAIS:

BLOG: http://mundomaiorfilmes.blogspot.com/

Fala MEU! Edição 77, ano 2009

Observação: Foto da chamada de texto atualizada em 2023

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