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As diversas máscaras de Jesus

Edgar Egawa

Para uma pessoa afeita às aparências, é fácil descobrir filmes nos quais Jesus e outros personagens bíblicos são retratados. Para isso, basta verificar o título, a sinopse e os nomes dos personagens. Temos aí as versões mais convencionais, extraídas dos evangelhos e do Velho Testamento, e outras versões,como “A última tentação de Cristo” (no qual Jesus delira sobre uma possível vida junto com Maria Madalena, enquanto agoniza na cruz – e que pode ser uma das fontes de inspiração do best seller O código Da Vinci), “Jesus Cristo Superstar” (baseado em uma peça da Broadway) e o mais recente “A Paixão de Cristo” (uma visão sádica dos que foram os últimos momentos de Jesus encarnado).

Mas existem os filmes nos quais os personagens são inspirados nas histórias bíblicas, podendo mesclar características de duas ou mais figuras. Alguns deles inclusive foram comentados pela imprensa especializada e cultural. Neo e o filme “Matrix” foram analisados pela revista Superinteressante e o Super Homem (sim, ele!) na revista Set, comemorativa dos 25 anos, da versão estrelada por Cristopher Reeve. Apesar de poder remetê-lo, leitor, a essas publicações, vou analisá-los. Além destes, vou falar um pouco sobre Trevor, personagem de A Corrente do Bem.

Super Homem, Jesus disfarçado?

Relembremos a história: um pai amoroso (Jor El) descobre que seu planeta está agonizante. Ele alerta os governantes, que não o ouvem. Então, decide salvar seu único filho, que terá poderes extraordinários ao viver na Terra, local com seres de aparência semelhante à deles.

Ao chegar ao nosso mundo, ele é adotado por um casal sem filhos (remetendo a situação de Martha Kent ao de Nossa Senhora). Passa um período na Fortaleza da Solidão, preparando-se para sua missão. Ao fazer sua estréia, demonstra poderes extraordinários, utilizados para a prática do bem. Tem um demônio (Lex Luthor) que o tentacom uma proposta de sociedade e que tenta destruí-lo. Temos também Maria Madalena (Lois Lane), por quem Clark / Super Homem nutre uma paixão platônica, dada a natureza de sua missão.

Neo, um messias relutante.

O personagem de Keanu Reeves pensa que está vivendo em 1999. Hacker, ele utiliza o codinome de Neo (Novo), que é um anagrama de One (Um). É contatado por um grupo liderado por Morpheus, que procura o enviado: a pessoa que os livrará do sistema Matrix, um computador vivo que utiliza os corpos humanos como baterias. A história remete também ao mito da caverna, contado por Platão em sua obra “A República”.

Neo tem dúvidas quanto a ser o escolhido, mas à medida que ele treina, vai ganhando confiança. O comandante da Nabucodonosor faz o papel de João Batista, temos uma Maria Madalena(que se apaixona por Neo) e um Judas Iscariotes. A última (e espetacular) alusão a Jesus, deixo aos leitores para que observem.

Tanto no Super Homem quanto em Neo, observamos uma característica agregada a Jesus pela Igreja e que era esperada pelos hebreus na época de sua vinda: o líder guerreiro.

Trevor: onde a mensagem aparece.

Trevor (Haley Joel Osment) é um menino de 11 anos com pais alcoólatras e encontra um João Batista na figura do professor de Estudos Sociais (interpretado por Kevin Spacey) que propõe um desafio: o que podemos fazer para mudar nosso mundo para melhor?

Uma passagem pelo depósito de lixo e o encontro com Jerry (um viciado em drogas sem teto) fazem brotar a idéia da ‘corrente do bem’ que dá nome ao filme. Ao longo dele são apresentados personagens que foram beneficiados pela corrente, até chegar à fonte. Alcóolatras, ladrões, pessoas com problemas de saúde, empresários e suicidas são alguns exemplos.

A mensagem é simples, profunda e, como Trevor descobre, às vezes muito difícil de seguir: fazer o bem a três pessoas depois de receber o benefício.

O mesmo professor acaba tendo seu momento de João Evangelista e temos no final uma cena que remete à escada de Jacó. Para quem assistir ao filme procurando tais conexões, essa pessoa encontrará muito mais referências.

Fala MEU! Edição 32, ano 2005

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