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inclusão de nós

Autor: Cássio Rodrigues

A conhecida e sofisticada palavra inclusão, palavra desconhecida por muitos, mas garantida por nossa Magna Carta (Constituição Federal), e ainda não executada por causas e motivos desconhecidos. A Inclusão não é destinada para deficientes, pois é direito de todos (amplo), em diversas esferas.

Incluir não é somente aceitar ou “colocar” em determinados locais ou instituições, como um número em um conjunto matemático, tampouco “aceitar no sentido de suportar” por caridade.

Cada um de nós, a cada dia em seu cotidiano poderá contribuir para fazer intensamente um trabalho em prol das pessoas com deficiência para que estas sejam vistas com naturalidade, mas tendo claro que inclusão só se aprende fazendo, é uma luta diária contra preconceitos e por direitos aparentemente básicos, mas nem sempre claros, para a maior parte das pessoas.

Há uma escassa literatura jurídica produzida neste tema, sobre o foco de suma importância, que é a integração do deficiente na sociedade como um cidadão de igual valor e oportunidade.

A inclusão é um fator da sociedade moderna colocado como avanço que nada mais é do que o resgate de um direito de todo o ser humano que foi esquecido.

O respeito às diferenças é primordial para a inclusão social de seus membros, criando assim uma relação onde cada ser humano colabora pelo potencial, características pessoais, habilidades e talentos.

O direito de ir e vir para as pessoas com deficiência ainda está longe de se tornar realidade, e isto impede também o direito à livre expressão, pois quem não chega, não fala.

Mas há também aqueles que conseguem chegar, mas não podem se expressar pela falta de um intérprete, também de direito, para sua própria língua, que aqui chamamos de Libras (Língua Brasileira de Sinais). E também aqueles que não são ouvidos nunca, os deficientes intelectuais, privados do convívio social pela segregação imposta, e se analisarmos bem, imposta a todos nós, pois, em outro ângulo, pessoas sem deficiência também acabam segregadas pela impossibilidade desta convivência.

Os tipos de deficiências são: Física, Sensorial, Múltiplas e Intelectual e denominamos as pessoas com deficiência simplesmente de “pessoas com deficiência” e as pessoas sem deficiência de “pessoas sem deficiência”.

A perspectiva da pessoa com deficiência

Inclusão é uma palavra ampla que envolve não só pessoas com deficiências, mas que envolve compreensão, um novo olhar para o outro, e sobre tudo, um novo olhar para nós mesmos. Inclusão não significa assimilação, não há na inclusão uma perda de valores éticos, religiosos e culturais, pelo contrário, é um adicional ao legado dos nossos pais, é uma soma de culturas com total respeito à diversidade, é na verdade quando temos a chance de encararmos nossos valores e nossa moralidade de frente.

Toda vida é sagrada e a inclusão é escolha pela vida, a aceitação de nós mesmos e precisamos estar presentes nesta celebração inclusiva, de convivência entre diferentes. A partir do momento que nos aceitamos como seres humanos, pessoas que vencem, que falham, que acertam que erram, que também convivem com suas própria limitações, ficamos mais aptos a aceitar quem aparentemente não é como nós. Todos nós temos a centelha divina, somos todos abençoados, há sempre mais uma benção a ser dada e bênçãos são inclusivas. Mesmo que muitas vezes nos pareça difícil, pois são tantos os nossos questionamentos, toda vida é uma dádiva, toda vida é um grande acontecimento.

A inclusão sempre nos fará pensar no mundo em que vivemos e em como desejamos que seja este mundo, para nós, nossos filhos e nossos netos.É o reconhecimento de que todos fomos feitos a imagem e semelhança do Altíssimo, e somos todos capazes de amar e amor é a chave para inclusão.

Somos inclusivos quando acreditamos que quem não pensa como nós e não tem a nossa crença é merecedor do mesmo respeito de que nós nos consideramos dignos, somos também inclusivos quando acreditamos que quem pensa como nós, mas não tem exatamente a nossa aparência é merecedor deste mesmo respeito, somos também inclusivos quando acreditamos que aqueles que não tem a mesma opção sexual são também merecedores deste respeito. Estamos mais próximos da inclusão quando encaramos a velhice de frente,quando encaramos as doenças, quando encaramos nossa auto-rejeição, nosso medo da morte. Se ainda não estamos hoje, todos nós estaremos sujeitos a buscar a nossa própria inclusão, em algum momento de nossas vidas, mesmo que seja em retorno, como aquele que afastado de sua religião um dia ouve um chamado e iniciará o caminho de volta, talvez não seja tão fácil aprender as rezas, se relacionar com as pessoas, ainda estranhas, mas é preciso voltar, se incluir, se aproximar, compartilhar, fazer parte e acreditar.

Inclusão é amor, é abraçar a vida, é crença no divino, é fé no potencial humano, é igualdade, diversidade, é compartilhar, discordar, é respeito pela diferença, é o caminho da paz, a busca da plenitude, exercício de tolerância, diminuição brusca da violência, diversidade na sala de aula, riqueza na nossa vida.

Vamos começar nas nossas casas, na nossa comunidade e vamos sonhar juntos que este seja realmente o nosso sonho, o sonho de um mundo inclusivo, o sonho de um mundo melhor.

Conclusão

Todas as alterações estruturais que vierem a ser feitas beneficiarão todas as pessoas, diminuirão riscos de acidentes para grávidas, crianças e idosos, diminuirão o número de doentes, pois a exclusão provoca inúmeras doenças, diminuirão a violência, pois a inclusão caminha na contramão e diminuirão as distâncias, pois a inclusão rompe inúmeras barreiras e muito embora seja trabalhosa, torna a vida mais bonita.

Muito embora as sugestões tenham sido feitas visando à inclusão das pessoas com deficiência, o direito à inclusão é para TODOS. Se para as crianças é direito inalienável, para jovens, adultos e idosos é o verdadeiro exercício da cidadania, é o ir e vir, a livre expressão, saúde física e mental, a busca pela dignidade, pela justiça social e o caminho para valorização total da diversidade e legitimação das diferenças com respeito a características individuais e coletivas. Inclua-se, inclua o outro e o aceite no seu TODO, assim estaremos também construindo um alicerce de paz, com paredes e tijolos de fraternidade.

“Talvez haja um Paraíso esperando por mim”.

CONHEÇA MAIS: Cássio Rodrigues M. M.: www.eficientes.hpg.com.br

Fala MEU! Edição 68, ano 2008

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