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Lado B: Autores polêmicos

Autor: Adriano D’Amore

Sobre comentar as polêmicas a respeito das obras de alguns autores espíritas, penso que tudo se baseia já do começo do Espiritismo aqui no Brasil. Quando veio para cá trazido por brasileiros que estiveram na França.

De lá se espalhou para o mundo. Mas parecia que quando a doutrina aqui chegou, carecia de exemplos práticos de vida. Os poucos exemplos que foram editados em “O Céu e o Inferno” não satisfizeram a curiosidade tupiniquim.

Como se sabe, a extensa obra de apresentação do repórter André Luiz,  através de seus livros fornecendo analogamente “flashes” da vida espiritual, também fascinou, consolou, alertou, desmistificou a morte e o pós-morte, etc.

Enfim revelou inúmeros segredos, dando-nos uma amostragem (bastante singela a meu ver) do que possa vir a ser a vida espiritual. Não entendo, respeitosamente, referente a outros leitores, mas já nestes relatos de André Luiz (em toda sua coleção) percebe-se muito bem as artimanhas do astral inferior. O tempo passou, outros “repórteres” surgiram. Uns mais outros menos concordantes com a Doutrina Espírita.

Por um simples razão de ensino evangélico que tive, nos meus primórdios espíritas, não entendo porque tanta celeuma através de certas questões. Jamais deveríamos esquecer que a doutrina Espírita é composta por um Pentateuco ou apenas 5 livros (Livros dos Espíritos, Livros dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e a Gênese) e ponto final. Ponto final por quê? Porque essas obras “encerram” tudo o que se falou e se ensinou de Espiritismo através da equipe do Espírito da Verdade. O que apareceu depois é obra acessória.

Poderemos especular o quanto quisermos. Lermos, estudarmos, discutirmos, fazermos simpósios, jornadas sobre o que escreveram esses repórteres, mas não passaria de especulação. Um dos espíritas mais lúcidos que tivemos em nossa “frente de batalha” foi sr. José. Herculano Pires. E o que ele dizia: “especulemos o quanto quisermos, mas só poderemos entender de Doutrina Espírita quando estivermos no plano espiritual” .

Portando, não consigo entender bem o porquê de tanta angústia com o que foi relatado por todos os repórteres da espiritualidade: André Luiz, Silveira Sampaio, Ermance Dufaux, Robson Pinheiro e outros.

Se alguém é convicto de que seja espírita (não apenas de boca), deveria ter como lema o que o Espírito da Verdade nos mostra, através de Kardec, no Cap.XIX do Evangelho Segundo o Espiritismo (final do item 7): Só é inabalável  a fé que pode enfrentar a razão face a face,em todas as épocas da Humanidade. Portanto, todos os relatos que eles (os repórteres) possam ter nos dado é da única e exclusiva responsabilidade deles mesmos(dos autores espirituais). Nós deveríamos ter o hábito (por sinal bastante saudável) de pesquisarmos qualquer coisa que nos fosse dita a respeito de qualquer ponto da doutrina espírita. A doutrina é a ÚNICA que está aberta a críticas, a estudos, a possíveis novas interpretações.

Falando mais a respeito das obras do Robson Pinheiro: são obras acessórias ao Espiritismo, com um valor incalculável de novas informações. O mesmo aconteceu quando da chegada das obras de André Luiz. Os espíritas da época também discutiram e polemizaram muito. E é o certo. A meu ver a contribuição mais importante, no caso dessas obras, diz respeito a um assunto que eu mesmo, um reles estudioso da doutrina espírita fiquei impressionado: referente à contribuição da Umbanda para a cultura do Brasil e para muitos, uma via de acesso ao Espiritismo.

Não podemos nos esquecer de maneira nenhuma que tudo se encadeia no Universo para o sucesso, para a harmonia do mesmo.  Um exemplo muito prático que meu grande professor de Doutrina Espírita, Sr. Arnaldo Bueno Espadafora me legou, é de uma empresa onde temos do funcionário menos capacitado ao patrão. Cada um fazendo seu trabalho, sua função. Claro que no plano espiritual ,como já nos mostraram os diferentes repórteres, assumiremos o nosso lugar conforme nossa capacitação, construída em muitas e muitas encarnações. Isso não nos impede de em determinado tempo ou época assumirmos um envoltório que mais nos satisfizer para uma certa empreitada. Sabemos que os espíritos inferiores não podem fazer uso de muitas variações quanto ao perispírito, mas quanto aos superiores…

Portanto, num mundo conturbado como o nosso(por causa nossa é claro) todas as forças devem se unir para chegarmos ao Pai, para a Harmonia do Universo. No livro dos Médiuns, no capítulo relacionado com o Laboratório do Mundo Invisível, imaginem o que poderá ser realizado quanto à mudança de aparências. Quantos de nós já não passamos por esta experiência? Quanto ainda nós não temos que aprender? Se nos reportarmos ao livro da Gênese, veremos nos capítulos referentes ao Perispírito e ao Pensamento, o quanto ainda não sabemos de Espiritismo. No capítulo XXIV do Evangelho Segundo o Espiritismo, item nº 5 temos uma ideia bastante ampla de que tudo se encadeia no universo, quando, no 2º parágrafo temos: Tudo o que está oculto  será descoberto um dia,e o que o homem ainda não pode compreender sobre a terra,lhe será PROGRESSIVAMENTE revelado nos mundos mais adiantados,na proporção em que ele se purificar.

Ora, a revelação, o adiantamento e a purificação depende de cada um. Não é por que estamos inseridos num grupo, seja ele qual for, que estaremos completamente afinados com este grupo. Aqui entra de novo a relação do rótulo. O Espiritismo abole o rótulo. Afinal somos todos irmãos, ou não somos?

Para finalizar não nos esqueçamos das brilhantes palavras de J. Herculano Pires: por mais que estudemos e especulemos sobre Doutrina Espírita só iremos entender com clareza quando para lá voltarmos.

Mesmo porque lá iremos nos avaliar (o juiz somos nós mesmos) pelo que realizamos, principalmente, no campo Moral e não no intelectual.

Fala MEU! Edição 76, ano 2009

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