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Mulheres bonitas

Autor: Ivan da Luz

Do que compreendo na Doutrina Espírita, o acaso não existe e, penso que mulheres nascem bonitas (ou gostosas como querem alguns) para trabalharem certos sentimentos como a vaidade, a luxúria, a auto-estima. Homens e mulheres, portanto, não nascem belos por acaso. E, por  vezes, nem sempre a beleza vem acompanhada de tranquilidade interior.

Mulheres bonitas, por exemplo, face aos impulsos descontrolados dos homens (carentes afetivamente) vazios- embora dissimulem outras imagens pessoais menos depreciativas e, por si só, mais agradáveis-, estão sempre sendo tentadas aos romances superficiais. Isso porque muitas dessas mulheres experimentam carências afetivas tão grandes que precisam aprender a se valorizar. Valorizar por aquilo o que é necessário desenvolver por dentro, ou seja, no campo afetivo e emocional.

A beleza cumpre um papel, portanto. Nesse pé de conversa, já ouvi de garotas a confissão de que experimentam grande carência e, por causa dela, enfrentou grandes decepções!

A beleza é atraente! Muitos homens se aproximam com intenções vilipendiosas, vis. Isso deixa as mulheres em situações de provas. Ou elas dão vazão às necessidades afetivas que têm (que podem ser mais graves do que têm as ditas “feias”), ou se esforçam em perceber nada mais do que perniciosidade nestes homens e, não caindo em seus galanteios, vão aumentado sua auto estima, já que estão no exercício de se valorizarem. Com esse “freio”, dão-se o tempo de descobrir em si traços maravilhosos de intimidade e, naturalmente, saberão quando o outro se aproximar com intenções mais nobres.

Certa vez, disse à uma leitora de meu blog que mulheres bonitas também têm pouco espaço para apresentar seus reais valores no mundo. O mundo não as ouve. As admira ou, parte dele, as inveja. Se tais mulheres, por uma baixa auto-estima que apresentam (fragilidade emocional), não se vêm valorizadas, com potencialidades íntimas, ou mesmo percebem suas aflições das quais querem sempre fugir, com medo da dor da decepção ou o abandono, vão se utilizar do corpo bonito que têm para obterem vantagens pessoais (as vantagens que devem ser repelidas, diferentemente dos valores internos a serem descobertos e desenvolvidos) … Nesse momento, a moça com que eu conversava, me disse que eu a estava descrevendo! E, ao que parece, eu descrevia muitas outras pessoas também.

Quantas mulheres (mesmo sem perceber, por puro movimento inconsciente) usam a beleza como subterfúgio, pois sabem que pela beleza, alguma coisa haverá de se admirar ou mesmo conseguir. Não percebendo seus valores íntimos ou mesmo a potencialidade para adquiri-los, se apoiam no que está visível, embora efêmero. A beleza é ótima para olhos como os meus.

Uma amiga depôs certa vez, em uma reunião, que sempre quis ser desejada e nunca soube dizer de onde vinha tal sentimento. Sempre gostou da idéia de saber que estava sendo desejada, mesmo namorando! Quando percebeu que seu namorado tinha se apaixonado pelo que ela é (e ela é mesmo uma moça incrível) por dentro, entrou numa confusão mental muito grande, pois, no fundo, no fundo, não entendia como um homem podia negligenciar sua beleza… Ela é muito bonita também. E hoje percebe que trouxe, de outras vidas, uma dificuldade emocional! Um valor negativo. Que é o de seduzir. O de ser valorizada pelo que ela tem de voluptuosidade. Graças a Deus, ela já está se educando nesse campo e, inclusive, casou-se com aquele a quem se encantou por ela com os (muitos) valores que ela traz dentro de si. Acho que só chego a tais conclusões por ser espírita.

Uma outra leitora disse que gosta de seduzir e sabe que pode seduzir, tendo dificuldade de atrair mesmo as pessoas pelo que ela apresenta por dentro. Eu lhe disse que é um tanto difícil mesmo com ela porque a sua beleza parece ofuscar seus valores. E, face aos impulsos íntimos de que nós, homens, somos predominantemente dotados, a beleza dela parece nos interessar antes mesmo de qualquer coisa. Ou seja, a beleza pode ser uma oportunidade de reajuste de sentimentos. Ela se sentiu aliviada de eu ter conhecido um pouco de sua personalidade antes de vê-la. E eu disse que não se deve ficar triste por ser bonita. É uma condição que traz oportunidade de trabalhar os sentimentos que ela confessou apresentar!

E hoje, agradeço a oportunidade que tive dessas conversas, que me trouxeram melhores entendimentos a respeito do assunto. Afinal, os Espíritos nos orientam que os olhos são os espelhos da alma porque eles traduzem, pelo brilho, aquilo o que somos por dentro. Por isso, conclui Kardec, existem pessoas formosas, mas que têm a facilidade de repelir a simpatia dos outros, ao passo que, existem aquelas pessoas “feias” que, por nutrirem a busca constante por valores íntimos mais edificantes, impõem-nos uma simpatia quase impossível de repelir e, com isso, a vontade de nos aproximar.

Fala MEU! Edição 72, ano 2009

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