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A primeira mocidade espírita brasileira

Arquivo histórico do Departamento de Mocidade da União das Sociedades Espíritas

Antes de ser feito algo de positivo no sentido de se criar a primeira mocidade espírita no Brasil, grande já era o desejo de muitos jovens, que surgisse um Movimento capaz de integrar e preparar o jovem para a militância no Movimento Espírita.

Esses impulsos íntimos, que foram se generalizando, culminaram na singular multiplicação dos núcleos espíritas juvenis, depois que, em 22 de Maio de 1922, no Distrito de Santana, da capital paulista, na sede do Centro Espírita Maria de Nazaré, se fundou a “União da Juventude Espírita de Santana” e, quatro anos depois, fundavam-se a “União da Juventude Espírita Amaral Ornelas” no Engenho de Dentro, e a “Mocidade Espírita de Nova Iguaçu”, no Estado do Rio de Janeiro.

Lançada e concretizada a idéia por Luiz Gomes da Silva, a quem devemos bênção da recepção intuitiva e a iniciativa genésica em tal sentido, teve a mesma posteriormente, em Leopoldo Machado, um entusiasta ardoso, um animador incansável e um realizador fecundo. Deve-se às suas periódicas excursões doutrinárias pelo interior do país, a proliferação de grande número de Mocidades, do qual ainda hoje muitas sobrevivem, realizando algumas obras de remarcado cunho cristão.

Leopoldo Machado acreditou na força do moço, como mola propulsora para renovação de valores ao Movimento Espírita; acreditou nos Congressos, nas Semanas Espíritas e nas Confraternizações, como forma de promoção. Lutou tenazmente para desencastelar muitos espíritas que só pensavam em termo de suas instituições, porque acreditava que o Espiritismo é Luz, é sol que no futuro próximo iluminará toda a humanidade.

Do movimento desencadeado e intensamente desenvolvido, surgiram a “União da Juventude Espírita do Distrito Federal” e o “Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas do Brasil”, este último foi instituído pelo I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil, que ocorreu no período de 17 a 23 de julho de 1948.

Esse Congresso foi uma das mais belas e proveitosas realizações espíritas de todos os tempos, no sentido positivo da continuação de suas resoluções. Os frutos desse congresso, até hoje estão sendo colhidos, pois a direção do Movimento espírita atual, está quase inteiramente nas mãos dos jovens de 1948.

A União das Juventudes Espíritas do Distrito Federal, e o Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas do Brasil, figuravam como os dois organismos federativos do movimento espírita juvenil, mas só aparentemente unificadores, pois nem sempre os expedientes de execução dos seus planos, correspondiam à essência da obra a que serviam, com o agravante de mesmo entre esses órgãos não haver união.

Os jovens, que necessitavam trabalhar unidos, viam-se na contingência de por força das circunstâncias e condições imperantes, optar pelo fracionamento, dispensando seus esforços e fragmentando suas energias.

Declaradamente não poderia persistir tal estado de coisas, não só para o bem de todos e de cada qual, senão que da própria Doutrina Espírita que sempre esteve e deverá estar muito acima dos mal-entendidos de seus adeptos, oriundos em geral das inquietudes e dos desajustados de que somos passíveis.

Foi quando se teve notícia do PACTO ÁUREO, que foi concluído em 05 de outubro de 1949, sendo a concretização do almejado anseio de Unificação espírita. Indagações, debates e pronunciamentos ocorreram, até que na manhã de Domingo, dia 13 de novembro de 1949, nos estúdios da Rádio Clube do Brasil, consumou-se o Ato de Unificação das Mocidades Espíritas e Juventudes Espíritas. Num gesto nobre, o Conselho Consultivo das Mocidades Espíritas do Brasil e a União das Juventudes Espíritas do Distrito Federal, entenderam de pronto a situação e a ela aderiram incondicionalmente, abrindo mão do direito de sobrevivência em proveito do novo rumo que as coisas haviam tomado.

As conseqüências desse Ato de Confraternização, colocam-no como um dos maiores acontecimentos ocorridos no Brasil a nível de Movimento Espírita. É nosso dever, consolidá-lo, cada vez mais, pois parte da responsabilidade de sua completa realização é nossa.

Mister se faz que cada um, dentro da sua esfera de ação, responsabilidade e influência, cumpra a sua parcela de esforço, no quadro dos trabalhos coletivos. Com o advento do Movimento de Unificação, surgiu o Departamento de Juventude da FEB, integrado inicialmente pelos participantes do extinto “Conselho Consultivo das Mocidades Espíritas do Brasil” e da “União das  Juventudes Espíritas do Distrito Federal”.

Este Departamento, tem a função de registrar e orientar as organizações espíritas em caráter juvenil.

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