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Roqueiros do além são exemplos

Autor: Thiago Rosa

Eu poderia falar de grandes ícones que marcaram época pelo mundo afora, sejam pelas vozes, pelas letras, pelas melodias, pelo ritmo acelerado, pelas atitudes ou pelo som frenético dos solos de guitarras que fazem os roqueiros babarem.

O mundo mudou, as ideologias mudaram, as causas não são mais as mesmas e o público mudou. Recortado em diversos estilos, é fato que os roqueiros mudaram. Os jovens de hoje, marcados por uma mídia cada vez mais capitalista, não conhecem os jovens dos anos 90, que por sinal não conhecem muito bem o que foram os anos 80, onde estes também não sabem o que foram os anos 70 e por aí vai.

Se voltarmos os olhos para o Brasil, dos anos 80 é onde surgiram as letras, que as pessoas costumam chamar hoje em dia, de mais inteligentes. E se você parar pra pensar, os roqueiros brasileiros daquela época tinham motivos e motivação extra pra poder fazer músicas que hoje, depois de praticamente 30 anos, continuam a invadir o mundo jovem atual.

Você pode ter cabelo com a franja tapando os olhos, você pode gostar de samba, até mesmo curtir as músicas típicas brasileiras, músicas cotidianas da periferia – apesar que a internet acabou com esta separação, mas você pode curtir o rap, ter estilos completamente diferentes de se divertir ou vestir, mas no fundo no fundo, num sarau ou numa roda de amigos, alguns roquinhos dos anos 80 sempre ganham coro em meio a estas pequenas e novas multidões.

No mundo espiritual eles já escreveram livros. “Um Roqueiro no Além” ou “Faz parte do meu show” são livros ditados por espíritos que fizeram muito sucesso no rock nacional. Sem terem seus nomes diretamente ligados, por questões familiares ou não, Raulzito e Cazuza, além de estarem nas prateleiras espíritas atualmente, são dois grandes sucessos nas paradas e rodas de jovens e mocidades espíritas. Seja em um evento, seja em uma reunião de estudo, a música ditada por eles – as que podem ser cantadas devido ao seu conteúdo familiar – são bem entoadas e discutidas por jovens diversos do mundo contemporâneo. Outro não muito distante e talvez o unânime entre todos os tipos de jovens é a Legião Urbana, através da voz incomparável de Renato Russo. Solinhos fáceis de serem tocados e letras caprichadas, com apenas um banquinho e violão, são sons que trazem em forma de música uma boa discussão ou uma formação de roda de amigos para uma simples integração. Ele é mais um que recentemente ganhou as prateleiras espíritas, contando suas experiências no mundo pós-experiência corpórea.

Legal, mas o que se pode aprender com o mundo do rock, com o mundo destes jovens ou senhores que levaram suas vidas de forma tão rebelde, rodeados de drogas e sexo, que acabaram com o desencarne dramático ou até mais cedo do que poderia estar programado para suas vidas?

Alguns centros espíritas até abominam a guitarra, a bateria, ou o som mais ensurdecedor dentro de seus ambientes. Até palmas fogem às suas regras, o que dirá uma guitarra falante? Para outros, as experiências destes são como um exemplo de repúdio. Porém, esquecem-se que os jovens seguem exemplos práticos de seus ídolos. Não é a toa que as roupas mudam, o corte do cabelo é parecido, as tatuagens, os piercings, as atitudes são copiadas como forma de reverenciar suas vidas no seu cotidiano.

São exemplos como estes, que soam negativos, mas que no fundo podem trazer um resultado positivo ao ambiente de mocidade e juventude das casas espíritas, ou até mesmo do jovem comum. Quando explorado conforme os ensinamentos da doutrina, podem ser muito úteis como exemplos do que não seguir, do que é a causa e os efeitos das ações praticadas em vida.

Enquanto muitos tentam barrar a juventude espírita de expor seus gostos, seus estilos musicais dentro do ambiente propício para o estudo, quando os centros começam a barrar a música mais estridente de fazer parte do seu ciclo, podem estar perdendo uma grande oportunidade de agrupar jovens afins para um bom trabalho elucidativo de rever o mundo, rever suas atitudes e trabalhar em favor do bem e da reformulação interior.

Os ideais se perderam, as conquistam são outras e as atitudes se diferenciam hoje em dia, lembrando que cabeça vazia… que o ócio, o vácuo, é uma porta aberta e pronta para receber qualquer pensamento que estiver perambulando por aí. Os exemplos estão aí para serem seguidos: como fazer ou como não fazer.

Cazuza e Renato morreram em decorrência da AIDS, estiveram envolvidos em promiscuidade, eram gays assumidos e viviam a vida rodeados de drogas alucinógenas e álcool. Aliás, o álcool é o combustível mais comum na vida do jovem, o mesmo combustível responsável por derrotar a vida de Raul Seixas. Talentos que se perderam em meio aos vícios materiais. E quantos não são os jovens que conhecemos que passam por algumas dessas dificuldades? Quem de nós não passa por problemas parecidos como estes? Enquanto somos hipócritas, não conseguindo atender o jovem adequadamente nos trabalhos espíritas, damos a eles a oportunidade de conhecerem o mundo assim, através da vida, dos tropeços que poderiam ser evitados. Mas, como diria Raul: “tente outra vez”.

Fala MEU! Edição 82, ano 2010

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