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A tecnologia está nos separando

Autor: Thiago Magri

Estamos no século XXI. Acompanhamos os avanços tecnológicos, os progressos nas áreas científicas, a evolução em vários campos como o de comunicação, informática, saúde, educação. Vemos nossa sociedade se adaptar a essa realidade de constantes mudanças. Hoje existem ferramentas que anos atrás eram apenas sonhos. Quem de nós atualmente não possui um celular? Quem não tem acesso à Internet? A chance de ter proximidade com a informática cresceu, projetos como o Acessa São Paulo oferecem acesso à Internet e alguns cursos de graça para as pessoas. Ainda assim parcela da população não tem meios para usufruir destas vantagens – infelizmente o Brasil ainda é um país com muitas diferenças sociais.

Estamos acostumados a não ter tanto contato entre nós, digo uma reunião entre amigos, um almoço com a família reunida. A vida do homem deste século é uma jornada imensa e ele precisa administrar seu tempo para trabalhar, estudar, se divertir, estar com a família. A cada dia estamos mais distantes, nos individualizando. A tecnologia proporciona coisas incríveis, no entanto ela está nos separando.

Na década de 20 com o surgimento do rádio na sociedade, poucas pessoas tinham a chance de adquirir um, mas sempre existia alguém com melhores condições financeiras que acabava comprando um aparelho. Como eram poucas essas pessoas, os vizinhos, amigos e familiares acompanhavam as transmissões juntos. De uma maneira ou de outra as pessoas estavam unidas, trocando experiências. Depois o rádio popularizou-se, mas mesmo assim as pessoas tinham uma proximidade maior. Para dar um exemplo, hoje existem residências que possuem três, quatro televisões, uma em cada cômodo. Quando todos da família estão em casa cada um vai para seu canto assistir o que quer e muitas vezes a mesma programação do outro. A televisão, o computador, o celular também surgiram caros e depois popularizaram-se, porém hoje somos muito mais dependentes da tecnologia do que antigamente.

A juventude daquela época também não possuía celulares, video-games, computadores, mas era unida e talvez mais feliz do que a de hoje. Os jovens trocam muitas coisas para ficarem horas num site de relacionamento ou conversando na Internet. Eu sou jovem e não posso ser hipócrita a ponto de dizer que a tecnologia não faz parte da minha vida. O trabalho, os estudos, as pesquisas, o conhecimento, a comunicação, os jogos. É condenável dizer que a Internet, o celular, o computador não são ferramentas necessárias para nós. Apenas saliento que os jovens estão deixando de aproveitar muitos momentos da vida.

Imagine se você, de vez em quando, levasse flores ou aparecesse de repente na casa de sua namorada ao invés de mandar uma mensagem no celular dela (sem querer ser romântico demais). Imagine se nós disséssemos bom dia para todas as pessoas que nós esbarramos de manhã ou se recebêssemos o próximo às vezes com um sorriso no rosto. Precisamos estar com pessoas diferentes e iguais a nós, pois as grandes lições da vida não estão na Web.

Na COMELESP (Confraternização das Mocidades Espíritas do Leste de São Paulo) deste ano, entre outros temas, foi abordado nas salas de estudo a questão dos vícios. Chegamos a conclusão que o vício pode ser também uma fuga. O jovem viciado precisa de uma saída para seus problemas e encontra no vício uma chance de ser ele mesmo, de ser feliz em sua concepção. Será que podemos ficar viciados em nossa tecnologia? Com certeza. O jovem que não é compreendido ou que tem problemas familiares, de relacionamento, psicológicos, ou que não é aceito em determinado grupo ou lugar usa a tecnologia para se revelar, se libertar destes conflitos e automaticamente se isola.

Estamos distantes do nosso próximo. Devemos nos recordar da célebre frase “amai o próximo como a ti mesmo” e descobrir o que se passa com nossos familiares, com nossos amigos. Trocar experiências, conversar com quem precisa de atenção e ajudar se possível.

Nós vivemos em sociedade e nossa evolução, como seres humanos e como espíritos, depende de nossa convivência. Construímos nosso caráter baseado nas pessoas que nos cercam.

A resposta da pergunta número 766 do Livro dos Espíritos esclarece:

– A vida social é natural ?

“Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.”

Os jovens deste século devem fazer parte das mudanças e não somente admirá-las. Agora jovens, amanhã futuros homens e mulheres. A tecnologia faz parte do progresso, mas não podemos nos isolar esquecendo a sociedade.

Fala MEU! Edição 75, ano 2009

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