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A intenção de popularizar o Espiritismo será uma utopia?

Autor: Ivan Franzolim

Apesar da intenção do próprio Kardec, e dos espíritas em geral de disseminar a doutrina para todos, a realidade revela barreiras que até hoje não conseguimos vencer.

Os primeiros adeptos do espiritismo tanto na França como no Brasil foram pessoas mais esclarecidas, com mais estudo.

Segundo os Censos do IBGE, o Espiritismo no Brasil é a religião com mais adeptos de maior escolaridade e menor participação nas classes “D” e “E”.

A realidade que desponta, é que doutrina espírita sendo filosofia e ciência com consequências morais, não é fácil de se aprender, pois, também está ligada a outras ciências e filosofias, necessitando de uma base de instrução para sua compreensão.

O esforço para difundir o conhecimento espírita corretamente estruturado, esbarrará no risco de desvirtuamento e no aumento do sincretismo já existente.

A saída seria difundir apenas ideias, mas essas estariam isoladas e facilmente se agregariam a outras crenças, distorcendo o seu verdadeiro sentido na doutrina.

Talvez, por isso, o Espiritismo no Brasil venha se propagando quase que exclusivamente de forma religiosa, enfatizando sua comunicação no amor ao próximo, baseada nos evangelhos. Mesmo assim, o público que atingiu é das classes “A”, “B” e “C”.

No passado tivemos tentativas bem-intencionadas de traduzir o Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos em linguagem simples, popular. Essa iniciativa, porém, demonstrou que não se pode modificar as palavras do autor sem impacto em sua verdadeira significação.

Que fazer? Aguardar o progresso do Brasil até que a maioria do povo tenha melhor educação?

Sugestões são bem-vindas!

Citações de Kardec:

(…) é precisamente na classe ilustrada que o Espiritismo faz maior número de prosélitos, isto em todos os países (…). O que é o Espiritismo (1859).
(…) conta entre seus adeptos sábios de toda ordem, que se propaga de preferência nas classes mais esclarecidas (…). O que é o Espiritismo (1859).
Até o presente, seus prosélitos estão nas primeiras classes da sociedade, entre as pessoas esclarecidas, os homens de saber e de raciocínio (…). Revista Espírita 1858
Em geral, é nas classes médias que o Espiritismo conta mais adeptos. Revista Espírita 1869.

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