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A vontade – Faculdade da alma

Autora: Teresinha Olivier

Nós, Espíritos imortais que somos, trazemos em nós, em gérmen, todo o potencial para sermos perfeitos um dia. Por isso somos perfectíveis.

Aprendemos com o Espiritismo que o futuro que nos aguarda é a perfeição e a felicidade, que deverão ser conquistadas por nós mesmos, com nossos esforços, nossa determinação, nossa perseverança nas inúmeras oportunidades reencarnatórias.

A felicidade dos Espíritos não se acha confinada em lugares determinados no espaço, é uma condição íntima, conquistada pelo próprio Espírito, que desenvolve gradativamente seu potencial de perfeição.

Léon Denis no seu livro O problema do ser, do destino e da dor diz o seguinte:

“É na vida íntima, no desabrochar de nossas potências, de nossas faculdades, de nossas virtudes, que está o manancial das felicidades futuras.”

A vontade é uma faculdade soberana da alma, é através dela que podemos vencer as imperfeições que nos impedem de alcançar a verdadeira felicidade, que é a consequência natural da evolução espiritual.

O uso persistente dessa faculdade, de forma consciente, aprimorando-a, aperfeiçoando-a, aprendendo a utilizá-la com vistas ao bem é que poderemos ir vencendo, gradativamente, todos os obstáculos que nos prendem aos interesses materiais e, como consequência natural, à infelicidade.

A vontade, segundo Léon Denis, é a maior de todas as potências. É através dela que pomos em ação o nosso desejo de crescer, de evoluir, de nos libertarmos das cadeias que nos escravizam às coisas pequenas, ilusórias e transitórias da vida material.

É pela vontade que podemos dar uma direção elevada aos nossos pensamentos, sentimentos e atitudes. É por essa faculdade da alma que vamos aprendendo gradativamente a harmonizar nosso modo de ser, de pensar e sentir às leis divinas, gravadas na nossa consciência.

Quando o Espírito, encarnado ou desencarnado, estabelece para si um objetivo nobre, elevado, e aciona sua vontade para atingir esse objetivo, atrairá para si o auxílio dos Espíritos elevados, que o apoiarão e o fortificarão nessa meta grandiosa.

Os Espíritos puros usam sua vontade como auxiliares de Deus na criação. Mas não foram sempre assim. Aprenderam (como nós estamos aprendendo) a desenvolver suas faculdades latentes, ao ponto de alcançarem a condição de trabalharem na formação dos mundos, como cocriadores com Deus. Nós também chegaremos a essa condição.

Se o homem conhecesse todo o potencial que nele germina, compreenderia sua força, veria o seu futuro, que ele próprio deve criar, com muito mais esperança e otimismo, porque se reconheceria como espírito imortal, reencarnado e em evolução.

Vemos em A Gênese, cap. XI – item 25:

“À medida que o Espírito progride moralmente, ele se desmaterializa, isto é, subtrai-se à influência da matéria, depura-se. Sua vida espiritualiza suas faculdades e as percepções se ampliam; sua felicidade está em razão do progresso completado. Mas como age de acordo com seu livre-arbítrio, pode, por negligência ou má vontade, retardar seu avanço. Prolonga, por consequência, a duração de suas encarnações materiais, que se transformam para ele em punição, já que, por suas falhas, permanece nas categorias inferiores, obrigado a recomeçar a mesma tarefa. Depende, pois, do Espírito abreviar, por seu trabalho de depuração sobre si próprio, a duração do período de encarnações.”

O Espiritismo ensina que razão, vontade, livre-arbítrio, e senso moral são faculdades da alma conquistadas, desenvolvidas, aperfeiçoadas progressivamente pelo Espírito, por seu esforço, no decorrer de muitas encarnações.

E estamos aqui justamente para despertar a nossa consciência de Espíritos imortais, a fim de termos condições de trabalharmos em nós o desenvolvimento de nossas faculdades.

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