Inclusão não é favor. É direito

Tem gente que ainda acha que inclusão é “ajudar”. Não é

Inclusão é direito. É dignidade. É quebrar barreiras, não levantar muros.

Essa campanha é pra lembrar que o mundo é de todo mundo.

E que capacidade não tem a ver com padrão — tem a ver com oportunidade.

Números que falam alto

  • Mais de 1 bilhão de pessoas vivem com algum tipo de deficiência no mundo. (OMS, 2023)
  • No Brasil, são cerca de 18,6 milhões de pessoas com deficiência. (IBGE, 2022)
  • 1 em cada 3 pessoas com deficiência não trabalha, não estuda e não tem renda própria.
  • Apenas 1% das crianças com deficiência em países de baixa renda tem acesso à educação. (ONU, 2023)

Não é sobre limitação. É sobre acesso negado.

Barreiras nem sempre são físicas

  • Escadas sem rampa = exclusão.
  • Sites sem acessibilidade = exclusão.
  • Gente que interrompe, infantiliza ou ignora = exclusão.
  • Falta de oportunidades = exclusão.

A maior deficiência ainda é a falta de empatia.

Nem toda deficiência é visível — e tudo bem não perceber, mas é essencial respeitar

  • Deficiências auditivas ou visuais leves
  • Deficiências intelectuais
  • Deficiências psicossociais ou neurológicas (como TDAH severo, esquizofrenia, depressão)
  • Transtorno do espectro autista (TEA)

Só porque você não vê, não significa que não exista.

Microcapacitismo: o preconceito disfarçado no dia a dia

Às vezes, o preconceito vem com um “elogio”:

  • “Nossa, nem parece que você tem deficiência!”
  • “Parabéns por sair sozinho.”
  • “Tem certeza que dá conta?”

Isso não é incentivo. É capacitismo disfarçado de cuidado.

Respeito não é exaltar. É tratar como igual.

Pessoas com deficiência não são inspiração — são pessoas

Cuidado com o “inspiration porn” — aquele tipo de fala que transforma a existência do outro em lição de vida:

  • “Se ele consegue, você também consegue.”
  • “Ela não tem uma perna e corre maratona. E você, qual é sua desculpa?”

Isso não motiva, desumaniza.

Pessoas com deficiência não são exemplo de superação, são seres humanos com direitos.

Trabalho, sim senhor

  • Apenas 20% das pessoas com deficiência em idade ativa estão empregadas. (IBGE, 2022)
  • Muitos enfrentam falta de acessibilidade, preconceito no RH e pouca oportunidade de formação.

Empresas: não basta contratar. Tem que incluir.

A inclusão não termina na contratação. Ela começa.

Não é inclusão se:

  • O ambiente não é acessível.
  • As tarefas não são compatíveis.
  • A equipe não é orientada;
  • A pessoa é ignorada ou isolada.

Incluir não é só abrir a porta. É garantir que ela continue aberta, com dignidade, voz e espaço.

Mito ou realidade?

MitoRealidade
“Pessoa com deficiência é menos capaz.”Capacidade não tem a ver com aparência ou corpo.
“É melhor não falar sobre a deficiência.”Ignorar é excluir. Perguntar com respeito é inclusão.
“Se tem acessibilidade, já está tudo certo.”Inclusão é mais que estrutura: é convivência, voz e respeito.
“Todos com deficiência são iguais.”Cada pessoa é única. Generalizar também é preconceito.

Lei existe — e é para ser cumprida

  • Lei Brasileira de Inclusão (LBI) – nº 13.146/2015 → Garante direitos fundamentais.
  • Cotas no mercado de trabalho: Empresas com mais de 100 funcionários devem ter de 2% a 5% de pessoas com deficiência.
  • Acessibilidade é obrigatória em espaços públicos e privados.

Não é favor. É cidadania. É lei.

Invisibilidade também machuca

Pessoas com deficiência ainda são deixadas de lado em:

  • Eventos culturais
  • Mídia e entretenimento
  • Ambientes acadêmicos
  • Rodas de conversa
  • Espaços públicos e privados

Todo mundo tem algo a dizer. Deixe quem vive a realidade ser protagonista da própria história.

A inclusão começa com atitude

  • Use linguagem acessível.
  • Nunca fale “portador de deficiência” — o correto é “pessoa com deficiência”.
  • Fale com a pessoa, não sobre ela.
  • Evite expressões como “coitadinho” ou “exemplo de superação”.
  • Crie espaços acessíveis — físicos, digitais e sociais.

Pratique empatia. Empatia não é pena. É amor em movimento.

E o que o Espiritismo tem a ver com isso?

O Espiritismo ensina que somos espíritos em aprendizado — cada um com seus desafios, talentos e caminhos de crescimento.

As diferenças físicas são experiências temporárias, mas o valor do Espírito é eterno.

“Amai-vos uns aos outros.” — O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 3

Respeitar o outro é um ato de amor.

E amar é sempre o primeiro passo da evolução.

Quando o olhar muda, o mundo muda junto.

E um mundo com mais respeito e empatia é um mundo mais iluminado, justo e verdadeiramente inclusivo.

Fontes

OMS – World Report on Disability (2023)

ONU – Disability Inclusion Strategy (2023)

IBGE – Censo Demográfico 2022

Human Rights Watch – Disability Rights Reports

Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (Brasil)

O Evangelho segundo o Espiritismo — Allan Kardec (FEB, 2020)

Tem mais

Esta campanha nasceu das conversas, dúvidas e inquietações dos jovens — e da inspiração da espiritualidade amiga. Hoje, é acessada por pessoas de diferentes países e culturas, tratando de temas que fazem parte da realidade do mundo inteiro. Cada campanha conecta seu tema principal à visão espírita de modo simples e acolhedor, tornando-se, para muitos, o primeiro contato com o conteúdo espírita.

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