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Criança estressada. Como ajudar?

Autora: Eugênia Pickina

Mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros

Cora Coralina

Atualmente muitos de nós estamos vivendo sob isolamento devido à pandemia da covid-19. Toda essa situação gera instabilidade, perdas, como a falta de convivência com os colegas da escola, a impossibilidade de brincar livre em certos ambientes anteriormente considerados seguros, entre outros hábitos e atividades.

Enquanto as crianças estão em casa, os pais têm a responsabilidade de educar os filhos e, ainda, ajudá-los a manejar o estresse relacionado à situação e para desenvolver neles a resiliência.

Em toda parte, há crianças e adolescentes à mercê do medo e, em meio a tanta tensão, é esperado que estejam mais instáveis, mais sensíveis – agitação, ansiedade, tédio, distração, irritabilidade, raiva, o acúmulo de distintas emoções difíceis provocam o estresse que é bastante tóxico. Há relatos de insônia, pesadelos, falta de apetite e, nas crianças pequenas, medo de ‘desgrudar’ dos familiares…

O estresse pode ser tolerável se a família conseguir desenvolver estratégias para ajudar a criança ou adolescente a se reorganizar, apesar do cenário incerto. Para isso, os pais (ou os responsáveis) necessitam oferecer suporte, carinho, acolhimento, tempo de escuta da angústia, além de procurar manter para os filhos uma rotina estruturada e com atividades positivas.

No dia a dia, considerando a saúde física e emocional das crianças e dos adolescentes, a repetição em casa de certas atitudes podem promover a resiliência:

1. Quando a criança estiver preocupada, ajude-a a entender/resolver o dilema dela.

2. Estimule seu filho a falar abertamente sobre sentimentos.

3. Ajude a criança a manter o foco no presente, no aqui e agora, pois isso auxilia a redução da ansiedade, deixando o futuro (e os anseios relacionados a ele) em segundo plano.

4. Incentive o cuidado com a saúde física, explicando os benefício de uma boa noite de sono, de alimentação adequada e dos exercícios físicos. Para evitar o sedentarismo, limite o uso das telas, respeitando, é claro, o período dedicado às aulas on-line. Estruture em casa uma rotina de estudos.

5. Motive o brincar livre e em contato com a natureza (quintal, varanda com plantas, pracinha do bairro). Se os parques estiverem liberados na sua cidade, leve o seu filho para brincar, correr, tomar sol… A conexão com a natureza é fundamental para a saúde infantil e condição intrínseca ao desenvolvimento pleno da criança.

6. Auxilie seu filho a construir relações de amizade que sejam positivas.

7. Alimente na criança a confiança, a fé, o pensamento positivo. Ajude-a a entender que não estamos sozinhos na vida. A existência de uma proteção incondicional – a presença do mentor espiritual, por exemplo – é um consolo permanente, e para todas as idades.

Notinha

Há, para as famílias, um cenário ideal e, de outra parte, a realidade com suas qualidades, particularidades e desafios. Na impossibilidade de amparar uma criança estressada, cheia de temores ou angústias, procure o apoio do pediatra.

O consolador – Ano 15 – N 716 – Cinco-marias

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