Arquivo histórico do Departamento de Mocidade da União das Sociedades Espíritas
Em 1853, surgiram no Brasil as primeiras notícias dos fenômenos Espíritas que empolgavam a América do Norte e Europa. Figuras ilustres da época logo se interessavam na observação do estudo desses fenômenos, entre eles os das “mesas girantes”, que foi o que mais causou impressão. Nos salões senhoriais, os nobres agrupavam-se na expectativa de obterem comunicações.
Ás vezes registravam-se manifestações, mas só raramente despertavam reflexões mais sérias entre os assistentes.
Essa época heroica das mesas girantes, constitui em todo o mundo o “período de gestação” do Espiritismo, e no Brasil não fugiu à regra.
Em 1857, a obra codificada por Allan Kardec abriu novos horizontes para a humanidade. O Brasil receberia poucos anos depois os primeiros livros da codificação, aqui se tomando conhecimento, finalmente, do verdadeiro significado dos novos fenômenos, através da nova doutrina de verdades científicas, filosóficas e religiosas.
Assim , em vários Estados do país, o movimento espírita primário começou a tomar rumos mais definidos. Se formaram os primeiros grupos para estudo de obras kardequianas e para experiência mediúnicas. No entanto, poucas pessoas participavam desses grupos, pois as obras fundamentais ainda não estavam traduzidas, não dando ensejo, por isso, a maior divulgação da nova doutrina.
Foi um baiano chamado Luís Olímpio Telles de Menezes que deu o primeiro passo para que o povo igualmente recebesse os ensinos consoladores trazidos pelos Espíritos do Senhor. Em 1862 é lançada a primeira obra espírita em português – “Espiritismo em sua mais simples Expressão” – , e em 1865, graças aos esforços de Telles de Menezes é instalado o primeiro Centro Espírita do Brasil. Este, recebeu o nome de “Grupo Familiar do Espiritismo”, o primeiro e legítimo agrupamento de espíritas no Brasil, destinado igualmente a propaganda e a incentivar a criação de outras sociedades semelhantes pelo resto do pais.
