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Sabedoria operante e invisível

Autor: Jorge Hessen

As lentes do telescópio espacial Hubble flagraram o comportamento da energia escura, um dos maiores enigmas cósmicos. Ao observar supernovas, que são explosões de estrelas, o telescópio registrou o efeito da aceleração da luz. A descoberta deve ajudar a explicar o que é a energia escura que cobre quase todo o cosmos, uma força que pode ser responsável pela contínua e acelerada expansão do Universo, também chamada de partícula Deus.

Deus é uma coisa palpável não por Ele mesmo, mas através de Sua criação, do mesmo modo que átomos não são “coisas” em sua forma atômica, mas um grande número deles colocados juntos repentinamente se torna visível e objeto reconhecível.

A Doutrina Espírita rejeita a fé deslumbrada, defendendo, com argumentos, a fé arrazoada, conduzindo as pessoas a não acreditarem, simplesmente por acreditar, mas a saber por que acreditam em algo. E a principal delas é defender a prova da existência de Deus.

Além do Big Bang – Cosmologia Quântica e Deus é o livro publicado pelo cientista Willem B Drees, Doutor em Física Teórica e Matemática pela Universidade Utrecht e em Teologia pela Universidade de Gröningen (Holanda), que procura demonstrar sobre a existência de um interesse crescente pela investigação científica baseada na certeza da existência de Deus.

A teoria mais moderna do início do Universo nos remete não apenas para o Big Bang   (a grande explosão), princípio de tudo, mas para a ideia de vários big bangs, com Universos cíclicos através de quatrilhões de anos.

Diante destes números pensaríamos haver chegado à ideia do que é o Universo; ledo engano, pois estas áreas, ou melhor, volumes, representariam apenas 3% do que seria a totalidade de tudo dentro do tridimensional e espaço/tempo como conhecemos.

Os espaços interplanetários, interestrelares e intergalácticos, obviamente, formariam a maior parte daquilo que chamamos de Universo. O grande desafio da astrofísica, atualmente, é a chamada energia escura e as lentes do telescópio espacial Hubble flagraram o comportamento dessa energia, um dos maiores enigmas cósmicos.

A nossa compreensão de Deus muda na mesma proporção em que a nossa percepção sobre a vida se amplia. É uma tarefa difícil, quando o limitado tenta alcançar o Ilimitado, ou o finito entender o Infinito. Assim somos nós diante de Deus.

As opiniões científicas ainda estão divididas quanto à origem do Universo, mas há unanimidade num ponto: existe ordem no Universo.

Todos fomos criados por Deus para a glória celeste, caminhando pelos proscênios terrestres, onde desenvolvemos potencialidades interiores que nos são herança divina esculpidas.

“A dedução que se pode tirar da certeza inata que todos os homens trazem em si da existência de Deus é a de que Ele existe; pois donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? E sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber.

Da megaestrutura dos astros à infraestrutura subatômica, tudo está mergulhado na substância viva da mente de Deus. O físico americano Paul Davies no seu livro intitulado Deus e a Nova Física afirma categoricamente que o Universo foi desenhado por uma consciência cósmica.

O Universo, portanto, constituído por esses bilhões de sóis, regido por leis universais, imutáveis, completas, às quais acham-se sujeitas todas as criaturas, é a exteriorização do Pensamento Divino. Importante refletirmos também que conhecimento da Divindade e o roteiro celeste serão encontrados dentro de nós mesmos.

Por que audácia inominável cometeríamos o absurdo de aguardar plena e pronta identificação da nossa natureza egressa da irracionalidade, em dias tão curtos, com a sublime plenitude de Deus? Como ombrear-se o batráquio com o Sol?

As religiões antropomórficas da Crosta envenenaram-nos a mente, instilando falsas intuições de Deus em nossos raciocínios. Não podemos, todavia, culpá-las totalmente, porquanto a estagnação espiritual caracterizava-nos a todos.

Quando nos integrarmos efetivamente, de cérebro e coração renovado, no Evangelho do Mestre, será impossível a contraproducente interferência sacerdotal. O dogma, considerado imparcialmente, constitui desafio e repreensão simultâneos. Desafio à inteligência investigadora e construtiva, para que se dilate no mundo a noção do Universo Infinito, e repreensão às mentes ociosas que renunciam levianamente ao dom de pensar e decidir por si mesmas as questões sagradas do destino.

Em toda parte encontraremos a Sabedoria Operante e Invisível do Senhor, estendendo-se em todas as minúcias da Natureza. Calemos, portanto, a vaidade ferida e o orgulho humilhado que nos ditam observações ingratas e criminosas!

Fixemo-nos no santuário da consciência e não exigiremos visões e revelações que não conseguiríamos padecer.

As noções que a Doutrina dos Espíritos oferece do Criador e da criação – Deus, espírito e matéria – facilitam a compreensão de tudo o que existe, máxime quando esses conhecimentos básicos são complementados pela revelação das leis divinas estabelecidas para o funcionamento de tudo o que foi criado.

Pelas leis naturais, ou divinas, pode a Humanidade hoje perceber que a Inteligência Suprema não só criou os dois elementos – espírito e matéria – mas regulou o funcionamento de toda a criação dentro de uma harmonia total, universal.

Matéria e espírito estão ligados de tal forma que, regidos por leis perfeitas e imutáveis, podemos, hoje, perceber o sentido da vida na Terra e em outros mundos, numa realidade que se contrapõe ao que as religiões e as escolas filosóficas do passado e do presente têm ensinado.

São muito importantes para a Humanidade as Revelações da Espiritualidade Superior formuladas na Codificação Espírita, sob todos os seus aspectos.

Mas, no que concerne às noções sobre Deus, o Criador e o Universo, as Revelações assumem excepcional importância, pela diversidade de concepções reinantes nas religiões, nas filosofias e nas ciências, mostrando que Deus não pode ser confundido com sua criação, como no panteísmo oriental; nem é um Deus antropomorfo, como nas concepções religiosas do Ocidente; ou não existe, para o materialismo multifário e o ateísmo dominantes em determinadas ciências e filosofias.

A Revelação Espírita vem em socorro de todos os que já se encontram em condições de entender o Poder, a Bondade e a Misericórdia de Deus, suas múltiplas formas de manifestação por todo o Universo, inclusive em nosso mundo de expiações e provas.

Essa revelação, como todas as anteriores, está à disposição daqueles que estão em busca de conhecimentos reais, em demanda da coerência e da verdade.

Entretanto, as novas revelações não obrigam nem constrangem os negadores ou os céticos a aceitá-las.

Elas representam a solidariedade, o amor e a bondade do Alto aos que já fazem jus à ajuda e à compreensão.

O Espiritismo não se apresenta à Humanidade como uma imposição do Superior ao Inferior.

Seus postulados básicos não só explicam e aclaram os grandes problemas defrontados pelo homem como auxiliam o pensamento a evoluir sempre, não se detendo em colocações dogmáticas que cerceiam futuros desdobramentos da realidade e da verdade.

A certeza da continuação da vida, após a morte do corpo físico, o contato com as realidades transcendentes, a percepção de um Deus justo e misericordioso, o conhecimento e a comprovação das vidas sucessivas e a demonstração da presença permanente das leis divinas na Natureza, nos seus diversos reinos e em todos os bilhões de mundos do Universo, dão ao seguidor da Doutrina Espírita uma percepção diferente da vida na Terra, diante das vicissitudes e do futuro, induzindo-o a não se apegar às coisas transitórias do mundo e a valorizar tudo o que diz respeito ao ser imortal que ele é – o Espírito.

Por isso, considerando que a lei do progresso e da evolução, como norma divina, renova toda a criação, inclusive o mundo ainda atrasado em que vivemos, é lícito que se espere a regeneração deste orbe, com o predomínio dos ensinos do Cristo, em espírito e verdade, e do Consolador por Ele enviado, propiciando a substituição da mentalidade atual, oriunda de um passado de erros, por outra, calcada na realidade e na Verdade.

O consolador – Artigos

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