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Transcendendo

Autor: Roberto Quaresma

Espiritismo.

Mais uma religião?

Eu diria que não!

Assim como digo que o erro está em admitir o Espiritismo, simplesmente, como mais uma religião, ou seja: trocar a missa pelas palestras, o confessionário pela entrevista com o médium e a hóstia pelos passes. Estes procedimentos são os mais rotineiros, os mais indicados a todos aqueles que simpatizam com a Doutrina dos Espíritos. Aí, está o grande erro.

O Espiritismo traz no seu âmago uma proposta pedagógica. Eis porque não é apenas mais uma religião. Ele conduz os motivos educacionais e instrutivos necessários à evolução do Ser Racional, não somente princípios religiosos.

O encaminhamento para aquele que se propõe a abraçar a Doutrina Espírita não deve ser tão somente à frequência as reuniões doutrinárias. Todos devem receber orientação para o estudo mais aprofundado, para o aprendizado pormenorizado. Não só aos que se referem à Doutrina, mas, também, que à atenção seja voltada a quaisquer veículos que transfiram ensinamentos e elucidem os quesitos da vida. Não podemos esquecer que quanto maior a bagagem de conhecimentos, mais amplos e assertivos serão os discernimentos.

Observemos, também, uma orientação que a maior parte das vezes é colocada como desnecessária e, até mesmo, desprezível por algumas pessoas, como se o entendimento avançasse sem a compreensão da vida ser acionada. Hoje em dia, para nós outros, é mais do que óbvio que, para o processo moral crescer em cada um de nós é preciso que antes o desenvolvimento intelectual avance. Esta, a orientação. É ele, o desenvolvimento intelectual, que faculta a cada ser melhor entender a vida e, quanto mais da vida se entende, maiores condições são criadas para o aprimoramento moral.

Haja vista, contudo, que muitos utilizam o alto nível de intelectualidade para produzir o mal, todavia, ninguém portando condições morais elevadas se submete a tal procedimento. Entretanto, o ser ficará estagnado no patamar que se encontrar se não cuidar da sua intelectualidade (procurar estudar e aprender cada vez mais a ciência da vida), podendo, inclusive, ser ultrapassado no caminho para o Mestre por aquele que pratica o mal com o seu alto nível de intelectualidade, a partir do momento que este resolva voltar-se para o bem. Isto porque, o seu discernimento será superior, face o seu grau científico mais desenvolvido.

Eis porque a Doutrina Espírita não é apenas mais uma religião, e sim, a maior proposta pedagógica para a evolução do ser racional no Planeta Terra. Ela traz no seu conteúdo filosofia, ciência e religião.

Albert Einstein, afirmou: “A ciência sem a religião é paralítica; a religião sem a ciência é cega”. Podemos acrescentar: “A ciência e a religião não têm sustentação sem a filosofia”. É ela, a filosofia, que fornece o conhecimento das causas, dos primeiros princípios.

Quando abraçamos a Doutrina Espírita não podemos esquecer que ela deve ser estudada sempre à luz dos conhecimentos atuais. A Doutrina Espírita é progressiva e progressista. Progressiva, porque progride, porque vai se revelando pouco a pouco. Progressista porque professa ideias de progresso.

Reafirmamos, o Espiritismo não é mais uma religião, transcende, é uma excelente e única proposta pedagógica, com vetores indicando o caminho da evolução. Proposta que, se tomada à risca, vai eliminando os sofrimentos e, em breve, nos levará às paragens do Mestre Jesus.

Pestalozzi, o professor de Kardec, dizia: “Só há processo pedagógico se houver amor”. Acrescento: “A Doutrina Espírita é o verdadeiro Amor”.

Fala MEU! Edição 77, ano 2009

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