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Vale a pena ser espírita?

Autor: Germano Siqueiravf

Essa é uma pergunta que, mesmo inconscientemente, muitos de nós fazemos, principalmente quando não nascemos em berço Espírita. Afinal de contas, vale a pena abrir mão de algumas coisas, fazer alguns sacrifícios, para seguir essa Doutrina? Antes de respondermos essa pergunta, vamos analisar uma passagem interessante da vida de um gênio da Ciência que viveu no século XVII: Blaise Pascal.

Qualquer um que tenha estudado um pouco de exatas sabe do brilhantismo desse homem, que contribuiu consideravelmente para o desenvolvimento da Física, Matemática, e Probabilidade. O que poucos sabem é que, alguns anos antes de desencarnar, um fato interessante aconteceu com Pascal. Muitos definem como falta de lucidez, outros, como transe mediúnico, mas o fato é que Pascal, durante duas horas, ficou fora se si. E afirma ter se encontrado com o próprio Deus. Foi um marco na vida desse cientista que, a partir de então, deixou de lado a Ciência e passou a viver uma vida dedicada exclusivamente à religiosidade.

No entanto, o que vai embasar nossa resposta à pergunta inicial é uma de suas teorias de probabilidade, desenvolvida nesse período. Pascal fez um questionamento semelhante ao nosso, que ficou conhecido como Aposta de Pascal. Ele se perguntou se valia a pena viver uma vida regrada, de acordo com suas crenças.

Para responder a essa pergunta, ele considerou duas possibilidades: Deus pode existir, ou não. Considerando que ele acreditava em Deus, ele poderia estar certo ou errado, de acordo com as possibilidades mencionadas, o que o levaria a dois caminhos. Se ele estivesse certo e Deus existisse, vivendo conforme as suas leis, ele seria levado ao paraíso (novamente, de acordo com suas crenças). Caso estivesse errado, tudo acabaria com a sua morte e ele não teria a tão sonhada eternidade, tendo “desperdiçado” sua vida. O que Pascal fez, ao analisar essa questão, foi ponderar o que valia mais a pena, considerando essas possibilidades. E acabou julgando mais vantajoso viver uma vida menos material, correndo o risco de estar errado (nesse caso, ele apenas não teria o paraíso), do que viver uma vida desregrada e ir para o inferno caso estivesse certo. Essa é a aposta de Pascal, que foi, inclusive, a base de um importante conceito probabilístico, a Esperança Matemática.

Voltando ao Espiritismo, desconsiderando todas as provas que temos da veracidade dessa Doutrina, retomamos a pergunta: vale a pena ser Espírita? Da mesma forma que Pascal, acreditando no Espiritismo, corremos o risco de estarmos certos ou errados. E, considerando que optemos viver conforme os ensinamentos do Mestre Jesus, podemos nos modificar, buscando a reforma íntima e fazer o bem para o próximo. Vivendo assim, se estivermos certos, ao desencarnarmos, teremos uma passagem mais serena, teremos evoluído bastante, e ainda trabalharemos intensamente no plano espiritual. Se estivermos errados, e nada disso for verdade, apenas não existirá mais nada. E teremos feito o bem de qualquer jeito.

Ao fazermos essa ponderação, devemos levar em conta o que nos faz realmente felizes aqui, independentemente do que existir “do lado de lá”. E após pensarmos bem, somos capazes de responder a pergunta inicial. Eu já tenho minha resposta. E você?

Fala MEU! Edição 86, ano 2012

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