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Dia das crianças e de todos nós

Autor: Thiago Rosa

Outubro. Além da festa da Padroeira que comove milhares de brasileiros, o mês dez do ano é lembrado por outra data muito importante, que por sinal coincide com o dia de Nossa Senhora, que é o dia das crianças.

Datas únicas que o Brasil todo marca como importante em seu calendário nacional. Uma por se tratar da conhecida padroeira do país e outra por se referir ao dia, do que merece ser lembrado, como futuro do mesmo país: as crianças. É certo que o comércio envolto de dinheiro e materialismo banhado de persuasão também pode ser apontado como outro ponto de coincidência em ambos os eventos.

Afinal, quando ligamos a televisão vemos as reportagens se dividirem quanto ao tanto de renda gerada na cidade de Nossa Senhora Aparecida, como também os shoppings tumultuados e um “quero quero” frenético com muito choro e diferença social. Diferença esta que não condiz com a palavra comemorar. O que podemos comemorar nesta data então? A fé de um povo esperançoso que está prestes de dizer sim ou não às armas? Ou podemos comemorar os sorrisos de crianças que iluminam o nosso dia em cada manhã que se abre diante de nossos olhos? Podemos ficar felizes, afinal as crianças são bem educadas, são bem orientadas, são bem tratadas e podemos cruzar os braços, pois teremos um futuro primordial…

Às vezes, estas situações que nos fariam felizes parecem meros traços de utopia, mas que valem a nossa credibilidade e o arregaçar das mangas diante de uma expectativa de um dia melhor e um mundo cada vez mais rodeado da “boa nova”.

Neste cenário infantil a qual a mocidade já interpretou um dia o seu personagem de criança, podemos adentrar na nossa casa espírita. Afinal, o que adiantaria se falar e preocupar-se tanto com a mocidade se não cuidamos dos pequeninos que um dia, que é esperado, devem se tornar os jovens que irão conduzir a doutrina espírita diante dos postos que hoje cabem aos trabalhadores, diversos, dos departamentos de mocidades espíritas? É uma pergunta quase conclusiva esta e que só tem a intenção de fazer as pessoas refletirem.

Aliás, qual a importância da Evangelização Infantil? Ou melhor, no que contribui para a criança a formação cristã?

No livro de Izabel Bueno, “Crianças e Jovens”, que traz diversas mensagens e textos sobre diversos temas que retratam esta preocupação quanto aos jovens e as crianças, nada de textos de auto-ajuda ou de “como educar!”, mas sim, mensagens dos amigos Emmanuel, André Luiz e Chico Xavier, entre outros, em uma das citações diz:

“Sem a renovação espiritual da criatura para o bem, jamais chegaríamos ao nível superior que nos compete alcançar. Ajudar a criança, amparando-lhe o desenvolvimento, sob a luz do Cristo, é cooperar na construção da reforma santificante da Humanidade, na direção do mundo redimido de amanhã”.

Este mês das crianças pode nos trazer idéias e pensamentos que de vez em outra vem à tona nos ajudar a pensar nesta semente, que semeamos hoje nos jardins que rodeiam nossas vidas. Ver a casa espírita rodeada de pequenos indo aqui e acolá brincar entre as pernas dos grandalhões, que às vezes lhe passam despercebidos, dá a sensação de riqueza como flores que ornamentam os mais fabulosos jardins que já tomamos conhecimento de um dia existir.

Claro que esta visão não são só flores e doces cheiros de rosas enfeitando os pulmões, porque muitas vezes o que vemos nas casas espíritas é uma situação de desconforto em relação aos pequenos. Qual não foram as vezes que se viu rostos impacientes quando as vozes, ainda finas delas, repercutem no ar; quando parecem correr; quando parecem brincar; quando ainda não estão preparadas para momentos de seriedade e riem; quando se juntam para conversar ou sentar no meio do caminho; quando por acaso são obrigadas da forma mais forçosa possível a irem ao centro; a ficarem quietas?

O que se percebe muitas vezes é que a casa espírita é vista como creche. Como um momento simplesmente de distração. Sem preocupação sobre o que é aprendido, o que é falado. Afinal eles só brincam mesmo.

Em datas como estas que vivenciamos uma vez ao ano. Em que se abraça a criança mais carinhosamente num dia considerado especial, vale a preocupação para que esta semente um dia consiga virar uma árvore realmente. Mesmo em tempos modernos, ainda é fácil, fácil, se encontrar pequenos indigentes cobrando pedágios em faróis metropolitanos, brincando descalços pelas ruas sujas das honrosas selvas-de-pedras.

A educação ainda caminha em passos paralelos junto à inocência infantil. Parecem não se cruzarem nunca, mas sabem-se todos que momento esperado não há para começar a mudar ou refletir. O momento ideal é o presente. Se as pessoas realmente parecem se preocuparem mais das crianças neste dia, que forçosamente temos que comemorar, porque então não se usar este dia ‘mesmo’ em torno de uma causa?

A juventude de hoje, tão claramente já tem saudade do ontem, quando as preocupações infantis eram tão sutis. Quantos não são os jovens saudosos que buscam vivenciar sempre o seu passado? Hoje em dia até o mercado percebeu isto.

Os jovens são eternas crianças. A força da juventude que atrai multidões diante de seus feitos sabe da importância que um dia teve a sua infância, a sua educação enquanto pequenino. É claro que muitas ovelhas se desgarraram para o mal ou para o bem.

No livro “Coletânea do Além” de Emmanuel, ele cita:

“Organizemos o lar que forma o coração e o caráter, e a escola que iluminará o raciocínio. Estejamos atentos à verdade de que educar não se resume apenas a providências de abrigo e alimentação do corpo perecível. Cuidemos da criança, como quem acende claridades no futuro”.

Para encerrar a narrativa, no livro “Na era do espírito”, o próprio Emmanuel fala:

Concordamos todos em que a criança necessita de amor para crescer patenteando mente clara e corpo sadio, entretanto, é impossível efetuar o trabalho do amor – realmente amor – sem bases na educação.

Fala MEU! Edição 32, ano 2005

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