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A busca por melhores práticas na casa espírita

Autor: Wellington Balbo

Considero chato e desagradável ficar tecendo regras ou críticas, porém, algumas coisas precisam ser reforçadas e nem só de simpatia, amor e caridade se faz o mundo, os chatos são necessários, e eis que me coloco, agora, na posição de chato, de alguém que irá tecer algumas palavras críticas ao movimento espírita.

Por conta do contato que estabeleci ao longo dos anos dentro do Espiritismo, fiz muitos amigos que aumentaram em quantidade por conta das redes sociais. Então, com frequência recebo e-mails e mensagens desses amigos a relatar o que ocorre nos centros espíritas que frequentam.

Percebe-se o belo trabalho realizado pelos espíritas, todavia, percebe-se, também, que este trabalho carece, como tudo na vida, de análises para que se possa adotar, tanto quanto possível, as melhores práticas.

E um dos pontos que nós espíritas devemos refletir é o nível de conhecimento doutrinário que temos e o que está sendo ensinado nos centros espíritas, principalmente no que se refere ao acolhimento de quem chega pela primeira vez ao centro espírita.

O que quero dizer com isto?

Quero dizer que boa vontade para recepcionar as pessoas é muito bom, mas que só boa vontade não resolve o problema. Às vezes, infelizmente, boa vontade sem conhecimento acaba sendo muito prejudicial para quem chega às portas do centro espírita pela primeira vez.

Vamos aos casos:

Caso 1

Relatou-me um amigo que ao chegar ao centro espírita e falar de suas dificuldades, angústias e incertezas, foi orientado por quem o recebeu no centro espírita de que suas dores eram por conta de inimigos de vidas passadas, que ele deveria tomar muito cuidado com os obsessores, que suas formas pensamentos poderiam estar atrapalhando sua vida.

Caso 2

Disse uma amiga que chegou ao centro espírita com crises de ansiedade e ao falar de seu problema foi desaconselhada a buscar o tratamento médico convencional.

Vamos ao comentários:

Caso 1: Nenhum dirigente, médium, escritor, orador ou quem quer que seja tem autoridade para falar, com segurança, se o caso de A, B ou C trata-se de interferência de inimigos do passado. Claro que podemos ter inimigos do passado, contudo, é impossível alguém saber disso com precisão sem conhecer todo o histórico espiritual da pessoa. Portanto, eis a razão pela qual eu disse, acima, que não há quem, de fato, tenha esse conhecimento assim tão cristalino. Em verdade, informações deste tipo causam mais mal do que bem às pessoas, pois deixam-nas impressionadas e suscetíveis a considerar que todo mal que lhes acomete tenha gênese na obsessão, o que está bem longe de ser verdade.

Vamos ao comentário pertinente ao segundo caso:

Caso 2: Já falamos em diversas oportunidades que os problemas devem ser tratados em três níveis:

A – Medicina convencional.

B – Busca de terapia, ir ao psicólogo é muito bom.

C – Tratamento espiritual.

Essas áreas do conhecimento dialogam entre si e podem oferecer a quem necessita de ajuda grandes oportunidades de encontrar uma luz em seu próprio túnel existencial. Deixar qualquer uma delas de lado é renunciar a um tratamento eficaz.

Diante de tudo isso, propomos que os centros espíritas devem buscar meios de capacitar melhor seus dirigentes e, após isto, oferecer capacitações a seus trabalhadores e voluntários, posto que todos lidam com as dores humanas, e para lidar com a dor humana é necessário estar em constante capacitação, fazendo a conexão entre o que ensina o Espiritismo e as realidades do mundo contemporâneo, posto que o Espiritismo dialoga com a ciência e não abre mão dos conhecimentos científicos, que são sempre bem-vindos aos trabalhadores espíritas.

Eis, amigos, algumas impressões que temos colhido no contato com pessoas que nos procuram e, sem qualquer atitude de prepotência, pois que nos colocamos também à mercê do estudo constante e da busca por melhores práticas. Assim é que trazemos, aqui, essas lições para que reflitamos, todos.

O consolador – Ano 15 – N 731 – Artigos

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