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A educação do homem e a violência contra a mulher

Autor: Marcus de Mario

Sabemos que a sociedade humana, tanto no ocidente quanto no oriente, é historicamente uma sociedade machista, onde o homem sempre prevaleceu em relação à mulher, que chegou a ser questionada se teria uma alma, o que parecia ser direito exclusivo do homem. Na Idade Média, na caça às heresias, o maior número de vítimas levadas às fogueiras era feminino. Somente depois de muitas lutas o voto feminino nas eleições foi autorizado, entre outros direitos.

Apesar de inúmeras conquistas já realizadas pelo sexo feminino, com reconhecimento legal, boa parte dos homens continuam vendo na mulher apenas um objeto de satisfação dos seus desejos sexuais, egoístas e mesquinhos, chegando ao cúmulo de se considerarem donos da mulher, a qual deveria ser submissa ao seu querer, ocasionando os atos de violência e feminicídio que diariamente recebem destaque nos meios de comunicação.

Um policial, na delegacia, ao atender uma mulher vítima de violência de seu esposo, afirmou em alto e bom som que se o homem for um policial ou similar, tem “direito” de bater na mulher.

Um esposo preso em flagrante pelo assassinato de sua esposa, se justificou alegando que tinha o “direito” de não aceitar o fim do relacionamento, e se ela não ia ficar com ele, não poderia ficar com mais ninguém.

Alunos adolescentes de uma escola se defenderam de um estupro cometido por eles contra uma colega de turma, dizendo que ela era muito bonita e vivia se mostrando, ou seja, a “culpa” era dela.

Como vemos, e poderíamos citar inúmeros outros casos semelhantes, os homens continuam a acreditar que são donos das mulheres, e isso tem contaminado as novas gerações, o que nos leva a ter que fazer sérias reflexões sobre a educação.

Parece que estamos, em pleno século vinte e um, terceiro milênio, voltando ao que era entendido e praticado pelo povo judeu há dois mil anos na interpretação da lei mosaica, quando a mulher pega em adultério era flagelada até a morte em praça pública, sem que os homens adúlteros fossem considerados, ou mesmo lembrados. A lei punia severamente a mulher, mas absolvia o homem.

É através da educação, desenvolvida na família e na escola, que devemos trabalhar e desenvolver o respeito ao outro, seja ele quem for, colocando em prática a regra de fazer ao outro somente o que desejamos que o outro nos faça, e essa regra é um dos principais pilares da educação.

Somos todos seres humanos, independente do gênero sexual, da cor da pele e de qualquer outra coisa, e, portanto, todos temos os mesmos direitos.

O combate ao machismo e suas consequências não deve ser feito apenas com medidas protetivas à mulher, sempre importantes, mas igualmente com uma mudança nos conceitos que regem a educação das novas gerações, para que os novos homens, desde a infância, aprendam a respeitar em igualdade de condições as mulheres.

Não somos objetos sexuais para manipulação alheia. Somos seres humanos, somos pessoas, somos gente. Qual a dificuldade de entender isso?

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