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A importância da limpeza nos centros espíritas

Autor: Paulo Hayashi Jr

Higiene vem do grego hygeinos, que significa “o que é saudável” e está relacionada à figura da Deusa Hígia. Esta é a deusa ligada à área da saúde, limpeza e saneamento.  Hígia é filha de Esculápio, o deus da medicina, estando assim higiene e saúde intimamente interligadas e de difícil separação.  

Deste modo, a higiene ganha papel primoroso nos centros espíritas, pois estes não são apenas casas de encontros e de estudo, mas verdadeiros pontos avançados de socorro e apoio, tanto para desencarnados, quanto para encarnados.  

Com isso, a higiene é elemento ímpar e fundamental para que haja condições de intercâmbios valiosos e férteis entre os planos superiores e o terrestre, pois o ambiente físico interfere na percepção do ambiente e nas construções de sentimentos e emoções. A consciência humana ainda está viciada em “olhar para fora”.  

E devido a seu valor, a limpeza e a higiene não podem ficar relegadas a um segundo ou terceiro plano. Sua atividade não é desqualificada, nem há demérito em fazê-la. Pelo contrário, a limpeza física é condição sine qua non para a criação de um ambiente harmonioso e aconchegante de estudo e trabalho, ou de descanso e recuperação da saúde, influenciando na psicosfera dos indivíduos.  

Nos próprios hospitais terrestres já se verifica o papel da limpeza para a recuperação do paciente, a conservação da saúde e para evitar a disseminação de doenças. 

Nas tradições japonesas, a limpeza é atividade coletiva e de responsabilidade de todos. Seja nas casas, escolas ou empresas. Acabando a atividade do dia, todos ajudam a limpar para deixar pronto para o próximo turno ou turma. Deixa-se limpo aquilo que recebeu limpo. Além disso, muitas vezes realizam-se mutirões periódicos com o intuito de tornar o ambiente cada vez mais limpo para que se possam receber as boas energias e para que as pessoas se sintam bem e mais integradas socialmente. O mutirão como ferramenta socializante.  

Além disso, na imaginação coletiva, seja na oriental, seja na ocidental, a figura de uma casa mal-assombrada está revestida por três adjetivos: sujo, escuro e feio. 

Deste modo, para que se evite tal construção de cenário é importante que sempre tenhamos a atenção de manter a casa nos adjetivos opostos. Ao invés de suja, uma casa limpa. Ao invés de escura, clara, luminosa. E ao invés de feia, uma casa bela.  

Limpeza, luminosidade e beleza são elementos importantes e que precisamos sempre cultivar em nossa casa, em nosso centro, em nossa mente, em nosso corpo, em nossa vida. Além disso, estas três qualidades estão intimamente entrelaçadas, pois uma afeta a outra e, consequentemente, o bem estar geral. Se a casa está suja, dificilmente será reconhecida como bela. Se está escura, não se percebe a beleza. Se está feia, não parece estar limpa.  

Assim, procuremos cultivar essas qualidades, não apenas abstratamente ou de maneira interior, mas também externamente em nosso ambiente de trabalho e convívio. Esforcemo-nos por dedicar tempo e esforço, planejamento e ação para tornar os espaços físicos de nossa convivência, com atenção especial ao centro espírita, lugares cada vez mais limpos, luminosos e belos.  

Se estiverem difíceis e apertados o tempo e as ocupações, olhemos com carinho a limpeza, e façamos uma forcinha extra, pois, assim como é importante a mão do médico que deita sobre as feridas, também o são as mãos daqueles que, humildemente e na surdina, empunham vassouras e materiais de limpeza para remover as sujeiras que poderão afetar os processos de recuperação e cura. Tais trabalhadores são verdadeiros heróis silenciosos, sendo que dificilmente o homem poderá saber se foi o profissional médico altamente qualificado o responsável, ou a humilde limpeza, que desencadeou o processo de recuperação.  

Além disso, não faz mal se nos lembrarmos de que, como toda casa aberta ao amparo precisa de mãos fortes e dedicadas para continuar aberta, como todo professor gosta de encontrar a sala de aula limpa e arrumada, ou o médico que opera necessita de ambiente esterilizado, muitas vezes é graças ao anonimato de mãos que se sujam para dar limpeza aos outros. Para finalizar, não podemos deixar de lembrar a famosa frase de Chico Xavier: “ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja”.

O consolador – Ano 4 – N 179 – Especial

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