fbpx

Infância com avós, uma riqueza

Autora: Eugênia Pickina

A saudade é o que faz as coisas pararem no tempo 

Mario Quintana

Meninazinha, amava a casa dos meus avós.

Eugênia e João viviam numa fazendinha no interior do Paraná. Além da criação de porcos, ovelhas e galinhas, plantação de milho, batata, um belo pomar, um antigo roseiral e ainda um jardim, um cálido riozinho, onde eu e meu irmãos brincávamos sem medo nos dias de sol bonito…

Depois do almoço, o momento imperdível das histórias… tudo tão interessante, o coração alegre e curioso… Realmente, minha avó contava histórias com sabor, com calma, com detalhes, usando da delicadeza…

A relação entre avós e netos tem um chamamento para a memória muito forte…

Mesmo quando deixam de existir, esses momentos compartilhados na infância costumam acompanhar quem teve a sorte dessa relação afetuosa com os avós. Além das primeiras lições de botânica, minha profunda devoção a Nossa Senhora devo a minha avó, uma “mariana” assumida. Com ela aprendi tanto a Ave-Maria como a Salve Rainha, orações que seguem comigo de modo cotidiano e certamente até o fim dos meus dias.

A infância com os meus avós é uma das minhas memórias mais ricas. Quando penso na menina que fui, me vem à mente rapidamente aquela aconchegante fazendinha e seus dias e simplesmente me sinto bem.

Óbvio. Todas essas memórias de amor e carinho são de um tempo que nunca mais voltará; mas, também, é um tempo que me ensinou lindamente sobre gratidão, saudade, gente que vai, gente que por enquanto fica e para dar conta dos deveres da vida.

Semana passada uma amiga perdeu a avó com 92 anos. Chorou bastante, mas se sentia tranquila – tanto por saber que a alegre senhora tinha vivido bem como por aceitar que a vida é passagem, pois o corpo, distinto do espírito, é finito e tem prazo de validade… Estava de fato consolada, pois dona Helena tinha sido uma pessoa que muito havia feito e amado.

Felizes as crianças que têm a oportunidade da convivência com seus avós e, sem dúvida, desfrutar um aprendizado rico e mútuo…

O consolador – Ano 17 – N 829 – Cinco-marias

spot_img