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A Mocidade no centro: Por uma presidente do centro espírita

Autora: Teresinha Olivier

Sabemos que o objetivo principal de um centro espírita é o estudo e divulgação da Doutrina dos Espíritos e, para desenvolver essa tarefa, a casa espírita deve propiciar condições e oportunidades para todas as faixas etárias poderem ter acesso ao conhecimento doutrinário.

Assim como a Educação Espírita da Infância é um departamento necessário e importante, a Mocidade Espírita é fundamental para que a casa espírita realmente cumpra com as suas funções. Não se pode prescindir da presença dos jovens.

Para isso, a diretoria do centro espírita precisa oferecer condições físicas, dentro das possibilidades de cada casa, para os jovens se reunirem, dando também a eles todo o apoio para que possam desenvolver as atividades inerentes ao departamento, tanto nos dias específicos de suas reuniões como também em outros dias e horários, conforme outras atividades e eventos se façam necessários.

Para que não se crie choque de horários com as atividades diárias da casa e os eventos da Mocidade, é preciso que haja entrosamento entre todos os departamentos com relação à programação de reuniões e eventos.

Para que esse entrosamento se verifique, um fator de grande relevância é a necessidade de os jovens participarem das reuniões administrativas da casa, como as reuniões de diretoria, de departamentos, etc. Somente assim os jovens, além de se entrosarem com os demais trabalhadores do centro, ficam informados do funcionamento, horários, problemas e necessidades da casa espírita que frequentam.

É preciso que se saiba que o departamento de Mocidade não é uma atividade paralela, mas sim um departamento entre outros, e que o jovem faz parte do quadro de colaboradores do centro.

É importante convidar os jovens para os eventos, seminários, cursos que a casa oferece. Adultos e jovens trabalhando e estudando a Doutrina Espírita juntos é um fator de entrosamento e de consolidação da confiança entre uns e outros. Pontos de vista diferentes devido à diferença de gerações, somente enriquecem o estudo, cada geração fornece elementos enriquecedores à outra. Todos saem ganhando nessa troca.

O jovem deve ter a liberdade de falar ao público da casa. Levar seus conhecimentos doutrinários às reuniões públicas. Para isso, deve ser convidado a fazer palestras para os frequentadores. É claro que serão convidados aqueles que se sentem mais preparados, os que estudam com dedicação a doutrina.

Precisamos confiar no jovem e o jovem precisa confiar nos mais velhos, porque todos temos contribuições para oferecer. O jovem poderá aproveitar as experiências dos mais velhos e estes poderão aprender com o jovem, porque ele traz recursos inerentes a uma geração nova.

Se os mais velhos tratarem os jovens como inexperientes e despreparados, deixando-os de lado como se não tivessem nenhuma contribuição a dar, os jovens irão se isolando cada vez mais, tornando-se uma atividade paralela, sem nenhuma ligação com o centro.

Muitos dirigentes entendem que o jovem não deve participar das reuniões mediúnicas; que essas reuniões devem ser fechadas e que somente algumas pessoas podem dela participar. Isso criou uma espécie de mistério em torno dessa atividade, estimulando ainda mais a curiosidade dos que se aproximam do centro, sendo jovens ou não.

Sabemos, pelas próprias orientações de Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, que, antes de frequentar reuniões mediúnicas a pessoa, jovem ou não, deve ter conhecimentos sobre o assunto, deve ser uma pessoa estudiosa, participante de cursos e grupos de estudo na casa espírita para saber o que é uma reunião mediúnica, a seriedade que se deve ter, como se comportar mentalmente para colaborar com a reunião e não ser um elemento que desequilibre o ambiente, prejudicando o trabalho de intercâmbio com os Espíritos.

Porém, não devemos perder de vista que a mediunidade é algo natural, faz parte da natureza humana, não tem nada de misterioso ou místico e deve ser tratada com naturalidade, porém com muita seriedade. Não podemos esquecer que Kardec, na elaboração da Doutrina Espírita, trabalhou com meninas adolescentes como médiuns. Portanto, o jovem pode naturalmente participar dessas reuniões e exercitar sua mediunidade, se for o caso de possuí-la.

Enfim, mais um fator da importância da Mocidade Espírita é a continuidade da casa espírita. Com jovens e adultos trabalhando e estudando o Espiritismo juntos, essa continuidade é natural. Conforme os mais velhos vão deixando suas atividades, já existem pessoas competentes, responsáveis, atuantes e conscientes da importância da tarefa para que o centro espírita continue com suas funções, sem que nenhuma atividade seja prejudicada.

Por tudo isso, e outros fatores mais, nós, os mais velhos, devemos valorizar, estimular, apoiar a implantação da Mocidade Espírita nos centros que não a possuem.  Naqueles em que o departamento já existe, devemos ficar atentos para que os jovens sintam que são acolhidos, necessários, apoiados e valorizados por todos nós.

Dica

A autora participa semanalmente dos grupos de estudos online, abaixo. Se tiver interesse em participar também, são abertos para todos os públicos.

Reuniões: Estudo do livro O Céu e o Inferno (primeira edição autêntica)

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