Autora: Teresinha Olivier
Um dos mais graves problemas que afetam a humanidade é a obsessão espiritual. E é ainda mais grave porque a maioria das pessoas não têm consciência desse mal e, consequentemente, não sabe como prevenir e se defender.
O Espiritismo nos dá a chave desse e de outros tantos problemas que sempre existiram, mas não se sabia a causa.
Existem vários aspectos da obsessão, mas o que vamos tratar aqui é a influência negativa que um ou mais Espíritos desencarnados exercem sobre os encarnados e seus efeitos nos ambientes familiares, no entanto, estas reflexões valem para qualquer situação de obsessão.
As obsessões podem ter como origem situações conflituosas de existências passadas, ou desta vida mesmo, quando o obsessor de hoje se sente vítima e, não sabendo perdoar, alimenta o ódio e o desejo de vingança.
Pode acontecer também de Espíritos desequilibrados se ligarem a pessoas, atraídos pelos seus pensamentos e sentimentos desarmonizados, estabelecendo assim uma interação doentia, sem haver necessariamente ligações anteriores.
Em ambos os casos, o encarnado fornece condições para essa influência, devido aos pensamentos e sentimentos que alimenta em seu íntimo.
Dentro do lar, o familiar difícil, problemático, com comportamento desequilibrado, que leva a perturbação ao ambiente doméstico, pode ser um obsedado, e pela falta de compreensão da verdadeira causa do problema, os demais familiares perdem a paciência e o clima de discussões e agressões agravam a situação.
É isso na realidade que o obsessor deseja, quando se trata de um caso de vingança. Nessas situações, geralmente, todo o grupo familiar pode estar comprometido de alguma forma com o obsessor, e este desejando atingir a todos, utiliza-se para isso do elemento mais fraco, o que se presta mais às suas intenções.
Os encarnados, via de regra, dão condições aos obsessores, que encontram ambiente mental propício na maioria dos lares, quando não há compreensão, diálogo fraterno, perdão, boa vontade de uns para com os outros, quando não há cultivo de valores elevados.
Todos nós estamos sujeitos a sofrer a influência de Espíritos perturbadores e obsessores, porque nossos pensamentos e sentimentos variam constantemente. Somos Espíritos imperfeitos, não conseguimos ainda manter um padrão mental elevado por muito tempo. De uma hora para outra, diante de qualquer contrariedade, nos alteramos e a irritação e o nervosismo tomam conta de nós, estabelecendo a sintonia com Espíritos afins.
Os pensamentos afins estabelecem a sintonia e a sintonia favorece a influência.
Da mesma forma que com pensamentos e sentimentos negativos damos acesso à ação dos Espíritos inferiores, com pensamentos e sentimentos elevados, voltados para o bem, podemos entrar em sintonia com os bons Espíritos e receber dos nossos Espíritos protetores, familiares e amigos a influência benéfica e salutar.
Portanto, o melhor meio de proteção contra a obsessão é o cultivo de bons pensamentos e sentimentos, voltados para o que é o bem, o nobre, o justo, e isso pode ser exercitado no dia a dia e, gradativamente, essa prática vai se tornando mais constante, mais natural.
O Espiritismo, com seus estudos, experiências e observações nada inventou, mas descobriu as leis que regem as relações entre o mundo corporal e o mundo espiritual, que existiram desde sempre, e deparou-se com o problema da obsessão. Descobriu suas causas, seus mecanismos, os meios de se prevenir e de se libertar, quando a ligação negativa já se estabeleceu.
Se a obsessão tem como causa compromissos do passado recente ou de outras vidas; ou de ligações atuais por sintonia de pensamento; se os mecanismos de influência dos Espíritos estão ligados às leis de afinidade; se através de procedimentos mentais podemos dar ou não acesso às suas influências, então, os meios de combatê-la estão, em grande parte, no próprio obsedado e seus familiares, na situação que estamos tratando.
A paciência, a compreensão, a calma, a serenidade dos familiares com relação àquele que sofre mais diretamente a ação do obsessor são de grande valia para parte do tratamento.
Como também a vigilância e a oração. Vigiar os caminhos por onde os pensamentos e sentimentos percorrem, porque é através deles que os Espíritos são atraídos. E orar, porque a prece, quando sincera, eleva a alma, colocando a criatura em sintonia com os bons Espíritos, que querem ajudar e influenciar para o bem.
O centro espírita oferece recursos para o tratamento da obsessão que podem ser bastante eficientes, quando levados com seriedade e constância pelo obsedado e seus familiares.
Há muitos casos em que o obsessor é influenciado positivamente pelos esforços de transformação do grupo familiar.
Jesus, com seus ensinamentos, deixou os meios de prevenção de obsessões, e um dos mais importantes é este:
“Reconcilia-te com o teu irmão, enquanto estás a caminho com ele.”
Enquanto estamos aqui, encarnados, vamos nos libertando dos sentimentos de ódio, de rancor, de mágoa contra quem quer que seja, porque tanto os bons sentimentos como os maus, levaremos conosco para o mundo espiritual e para futuras encarnações, onde se refletirão nos futuros laços familiares que constituiremos e nas companhias espirituais que atrairemos.
Dica
A autora participa semanalmente dos grupos de estudos online, abaixo. Se tiver interesse em participar também, são abertos para todos os públicos.
