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Aborto: Medidas reparadoras

Autor: Rogério Miguez

O mais basilar direito de todos os direitos é aquele a contemplar a vida. Lembremos também de outro postulado de Deus relacionado ao primeiro, inclusive antecedendo-o, qual seja: o dever de honrar e manter a vida por todos os meios lícitos, o outro lado da moeda, se assim podemos nos expressar.

Nos tempos hodiernos, este dever e este direito, há bom tempo, estão sob o fogo das argumentações falaciosas e tendenciosas, buscando a todo o custo contestá-los, através da legalização da opção indecorosa do aborto, hoje prática considerada como crime em nosso país, salvo algumas pouquíssimas exceções.

Discussões intérminas vêm ocorrendo no seio da sociedade, com posições extremadas de defensores sinceros, outros ignorantes e alguns com claros interesses escusos.

Independente do desfecho deste grande e importante debate, onde se espera com fervor, tenhamos o parecer final guiado pela única lei a nos conduzir à paz de espírito, hoje e sempre, qual seja a Lei do Amor ao semelhante e a nós mesmos, em função da incompreensão humana sobre o tema, contam-se aos milhões, talvez bilhão o número de abortos praticados em nosso planeta nestas últimas décadas.

Basta observar os dados publicados na revista científica The Lancet[1] baseados em relatório da OMS[2], apontando 43,8 milhões de interrupções prematuras de reencarnações, apenas no ano de 2008, tanto pela prática do aborto seguro, quanto inseguro. Não há registro de quantos foram realizados baseados no único critério previsto na lei divina para a interrupção da gravidez, seguramente a esmagadora minoria, estabelecido em O livro dos Espíritos[3] :

  1. No caso em que a vida da mãe estivesse em perigo, por causa do nascimento da criança, haveria crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?

“É preferível sacrificar o ser que não existe ao ser que existe.”

E a razão para esta justificativa se compreende plenamente, pois a mãe poderá ter outros filhos e pode mesmo já contar com um ou mais filhos, que precisam de educação e a manutenção de suas vidas. Juntamente com o pai, ambos têm o dever de promovê-las.

Imaginemos o prejuízo moral para o nosso planeta: é imenso, e já está devidamente consolidado. Este mal atingiu quase a totalidade destes milhões de abortados, somado aos participantes do delito, quais sejam: a mãe; o pai; familiares partícipes ou incentivadores; a sociedade ao permitir por omissão, descaso ou insensatez; os profissionais da saúde, médicos, enfermeiros e parteiras; os “amigos e amigas” estimulando e sugerindo a prática; e um grupo de Espíritos pouco conhecido das massas pouco versadas nas questões espirituais, os obsessores. Um contingente significativo de Espíritos os quais deverão forçosamente acertar o passo com as leis eternas, seja pelo amor, ou na ausência deste, pela dor.

Diz o Criador, a cada qual segundo as suas obras, e se reconhecermos que obramos contra a Lei de Amor, por motivações diversas, resta-nos agora obrar intensamente a favor desta mesma lei, buscando compensar pelo sacrifício, dedicação e altruísmo, os malefícios oriundos de tamanha insensatez.

Mas como fazer, ou por outra, como desfazer o que se fez? Como reconstruir a paz interior? Como reequilibrar as energias e forças internas em frangalhos após tanta incompreensão? Como devolver à paz do mundo, o que lhe subtraímos, perguntam atônitos, todos os partícipes destas funestas ações?

Em resposta, buscamos aqui alinhar medidas simples, ligeiras sugestões, despretensiosas orientações, atitudes ao alcance de todas e todos envolvidos neste infanticídio coletivo que vem sendo perpetrado sem qualquer pudor, de modo a poderem pelo amor reparar os malefícios criados a tantos e a si mesmos.

A você querida irmã, a vocês estimados, envolvidos nesta atividade indecorosa em clínicas obscuras, praticando tal afronta ao Misericordioso, saibam que Ele não deseja a morte do pecador, mas sim do pecado. Deseja vida plena ao pecador, mesmo tendo este descumprido com o seu dever básico de defendê-la quando pode, ainda mais considerando a impossibilidade de defesa dos Espíritos vindo esperançosos, por vezes temerosos, outros alegres e felizes por saberem que voltariam a Terra em mais um programa de reabilitação promovido pelas provas e expiações que aqui experimentariam tão necessárias e imprescindíveis ao seu progresso.

Meditem com atenção nas poucas linhas a seguir e abracem-nas, vivam-nas ardentemente. Façam as escolhas, apresentem e apresentem-se ao Pai Amado com as suas participações, agora sob novo entendimento, a contribuição de amor de cada um de vocês, construindo um farol seguro a iluminar as suas próprias trajetórias do porvir.

Honrem com a sua dedicação. Doem seu tempo. Dividam os seus recursos. Não percam tempo se lamentando. Envolvam-se com estes outros filhos de Deus, pois certamente assim, poderão erguer de novo suas frontes através do serviço dedicado ao próximo:

  1. Cuidem de crianças para que suas mães possam trabalhar, ganhando o tão precioso pão para alimentar as pequeninas bocas;
  2. Sejam voluntários em qualquer atividade de apoio às gestantes;
  3. Costurem, bordem, confeccionem roupinhas para as crianças desnudas;
  4. Participem de campanhas visando à valorização da vida, sob qualquer bandeira;
  5. Busquem nova gestação, se ainda estiverem com saúde e idade apropriadas;
  6. Apoiem ou mesmo construam um orfanato;
  7. Orientem familiares de modo a não obrigarem: esposas, filhas, netas, sobrinhas, noras a fugirem de suas responsabilidades, abortando;
  8. Levem a palavra de valorização da vida àquelas com o coração oprimido por tantas dúvidas e por conta disto pensam em desistir da gestação;
  9. Busquem conhecer e orientem as pessoas a evitar métodos anticoncepcionais abortivos;
  10. Adotem uma criança desamparada, se ainda se sentirem seguros e houver idade adequada para bem educá-la;
  11. Mentalizem o(s) Espírito(s) que não permitiram aportar ao cais do mundo, desculpando-se sinceramente, orando por eles;
  12. Apoiem financeiramente atividades ligadas às crianças sem recursos ou necessitadas de apoio médico;
  13. Dediquem atenção aos envolvidos em casos de aborto, fazendo a “ouvido terapia”, ou seja, escutem, dividam com vocês as dores alheias dentro do possível;
  14. Preparem caldos e sopas e distribuam aos pequenos famintos;
  15. Busquem escolas despreparadas e carentes e ofereçam-se para ajudar nas aulas, caso tenham condições culturais e formação apropriada;
  16. Preparem sacolas no mês de dezembro e distribuam como sacolas de presentes a quem não as pode receber, neste mês tão especial e tanta magia. Preencham as sacolas com um brinquedo, algumas peças de roupa, alguns objetos de higiene pessoal e principalmente deixem um lugar para ali colocarem uma parte dos seus corações, e ao oferecerem às crianças, tentem participar na distribuição, se deixando maravilhar pelos sorrisos infantis que certamente surgirão nas pequeninas faces.

São muitas as opções e este é o caminho, a escolha pela retidão, trilhemos esta estrada, amemos os desvalidos, cuidemos dos desamparados, olhemos pelos mais fracos, protejamos os provisoriamente sem recursos mínimos de sobrevivência, em especial aqueles ainda titubeantes em seus pequenos e inseguros primeiros passos e repitamos com Jesus: Deixemos que venham a nós as criancinhas.

  1. Disponível em: http://www.guttmacher.org/pubs/journals/Sedgh-Lancet-2012-01.pdf – acesso em 15/09/2015
  2. Disponível em:

http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/70914/7/9789248548437_por.pdf – acesso em 15/09/2015

  1. KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. Tradução de Maria Lucia Alcântara de Carvalho. 1. ed. Rio de Janeiro, RJ: Léon Denis, 2008. q. 359.

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