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Escolhos dos médiuns

Revista Espírita, fevereiro de 1859

A mediunidade é uma faculdade multíplice, e que apresenta uma variedade infinita de nuanças em seus meios e em seus efeitos. Quem está apto para receber ou transmitir as comunicações dos Espíritos é, por isso mesmo, médium, qualquer que seja o modo empregado ou o grau de desenvolvimento da faculdade, desde a simples influência oculta até a produção dos mais insólitos fenômenos. Todavia, em seu uso ordinário, essa palavra tem uma acepção mais restrita, e se diz, geralmente, de pessoas dotadas de um poder mediúnico muito grande, seja para produzir efeitos físicos, seja para transmitir o pensamento dos Espíritos pela escrita ou pela palavra.

Embora essa faculdade não seja um privilégio exclusivo, é certo que encontra refratários, pelo menos no sentido que a isso se dá; é certo também que não é sem escolhos para aqueles que a possuem; e ela pode se alterar, mesmo perder-se, e, frequentemente, ser uma fonte de graves decepções. Sobre esse ponto é que cremos ser útil chamar a atenção de todos aqueles que se ocupam com comunicações espíritas, seja diretamente, seja por intermediário. Dizemos por intermediário, porque incumbe também àqueles que se servem de médiuns poder apreciarem seu valor e a confiança que merecem suas comunicações.

O dom da mediunidade prende-se a causas que não são ainda perfeitamente conhecidas, e nas quais o físico parece ter uma grande parte. À primeira vista, pareceu que um dom tão precioso não teve ser o quinhão senão de almas de elite; ora, a experiência prova o contrário, porque se encontram poderosos médiuns entre as pessoas cuja moral deixa muito a desejar, ao passo que outras, estimáveis sob todos os aspectos, não a possuem.

Aquele que fracassa, apesar de seu desejo, seus esforços e sua perseverança, disso não deve concluir desfavoravelmente para si, e não se crer indigno da benevolência dos bons Espíritos; se esse favor não lhe foi concedido, sem dúvida, há outros que podem lhe oferecer uma ampla compensação. Pela mesma razão, aquele que a desfruta, dela não poderá se prevalecer, porque não é nele o sinal de nenhum mérito pessoal. O mérito não está, pois, na posse da faculdade medianímica, que pode ser dada a todo o mundo, mas no uso que dela se pode fazer; aí está uma distinção capital que é preciso jamais perder de vista: a bondade do médium não está na facilidade das comunicações, mas unicamente em sua aptidão em não recebê-las senão as boas; ora, é aí que as condições morais, nas quais se encontra, são onipotentes; também aí se encontram, para ele, os maiores escolhos.

Para se dar conta desse estado de coisas e compreender o que iremos dizer, é preciso se reportar a esse princípio fundamental, que entre os Espíritos os há de todos os graus em bem e em mal, em ciência e em ignorância; que os Espíritos pululam ao nosso redor, e quando cremos estar sós, estamos sem cessar cercados de seres que nos acotovelam, uns com indiferença como estranhos, os outros que nos observam com intenções mais ou menos benevolentes, segundo sua natureza.

O provérbio: Quem se parece se reúne, tem sua aplicação entre os Espíritos como entre nós, e mais ainda entre eles, se isso é possível, porque não estão, como nós, sob a influência de considerações sociais. Todavia, se, entre nós, essas considerações confundem, algumas vezes, os homens de costumes e de gostos muito diferentes, essa confusão não é, de alguma sorte, senão material e transitória; a semelhança ou a divergência de pensamentos será sempre a causa das atrações ou das repulsões.

Nossa alma que não é, em definitivo, senão um Espírito encarnado, não é menos Espírito; se está momentaneamente revestida de um envoltório material, suas relações com o mundo incorpóreo, embora menos fáceis que no estado de liberdade, não são interrompidas por isso de maneira absoluta; o pensamento é laço que nos une ao Espírito, e por esse pensamento atraímos aqueles que simpatizam com as nossas ideias e nossas tendências. Representemonos, pois, a massa dos Espíritos que nos cercam como a multidão que encontramos no mundo; por toda parte onde vamos de preferência, encontramos homens atraídos pelos mesmos gostos e os mesmos desejos; nas reuniões que têm um fim sério, vão os homens sérios; naquelas que têm um objetivo frívolo, vão os homens frívolos; por toda parte também se encontram Espíritos atraídos pelo pensamento dominante. Se lançarmos um golpe de vista sobre o estado moral da Humanidade em geral, conceberemos sem dificuldade que, nessa multidão oculta, os Espíritos elevados não devem estar em maioria; é uma das consequências do estado de inferioridade de nosso globo.

Os Espíritos que nos cercam não são passivos; é um povo essencialmente movimentado, que pensa e age sem cessar, que nos influencia com o nosso desconhecimento, que nos excita ou nos dissuade, que nos impele ao bem ou ao mal, o que não nos tira mais nosso livre arbítrio senão os conselhos bons ou maus que recebemos de nossos semelhantes. Mas quando os Espíritos imperfeitos solicitam alguém a fazer uma coisa má, sabem muito bem a quem se dirigem e não vão perder seu tempo onde vêem que serão mal recebidos; eles nos excitam segundo nossas tendência ou segundo os germes que veem em nós e nossas disposições em escutá-los: eis porque o homem firme nos princípios do bem não lhes dá oportunidade.

Estas considerações nos conduzem naturalmente à questão dos médiuns. Estes últimos estão, como todo o mundo, submetidos à influência oculta de Espíritos bons ou maus; eles os atraem ou os repelem segundo as simpatias de seu espírito pessoal, e os Espíritos maus se aproveitam de todo defeito, como de uma falta de couraça para se introduzirem junto deles e se imiscuírem, com seu desconhecimento, em todos os atos de sua vida particular. Esses Espíritos encontrando, por outro lado, no médium um meio de exprimirem seu pensamento de maneira inteligível e de atestarem sua presença, se misturam às comunicações, provocam-nas porque esperam ter maior influência por esse meio, e acabam por dominá-las. Se consideram como em sua casa, afastando os Espíritos que poderiam se lhes contrapor, e, se for preciso, tomam seus nomes e mesmo sua linguagem para enganarem; mas não podem sustentar por muito tempo, seu papel, e por poucas relações que tenham com um observador experimentado, e não prevenido, são bem depressa desmascarados. Se o médium se deixa levar por essa influência, os bons Espíritos dele se afastam, ou não vêm senão quando são chamados, ou não vêm senão com repugnância, porque veem que o Espírito que está identificado com o médium, que de alguma sorte elegeu domicílio nele, pode alterar suas instruções. Se vamos escolher um intérprete, um secretário, um mandatário qualquer, é evidente que escolheremos não só um homem capaz, mas além disso digno de nossa estima, e que não confiaremos uma missão delicada e nossos interesses a um homem corrompido ou frequentando uma sociedade suspeita. Ocorre o mesmo com os Espíritos; os Espíritos superiores não escolheriam, para transmitirem instruções sérias, um médium que tem frequência com os Espíritos levianos, A MENOS QUE NÃO TENHAM NECESSIDADE E QUE NÃO TENHAM OUTROS, A SUA DISPOSIÇÃO PARA O MOMENTO, a menos ainda que queiram dar uma lição ao próprio médium, o que ocorre algumas vezes mas, então, não se servem dele senão acidentalmente, e o deixam desde que o encontrem melhor, deixando-o às suas simpatias se a elas se prendem. O médium perfeito seria, pois, aquele que não desse nenhum acesso aos maus Espíritos por um defeito qualquer. Essa condição é bem difícil de preencher; mas se a perfeição absoluta não é dada ao homem, lhe é sempre dado aproximar-se dela pelos seus esforços, e os Espíritos levam em conta, sobretudo os esforços, a vontade e a perseverança.

O médium perfeito não teria, assim, senão comunicações perfeitas de verdade e de moralidade; não sendo possível a perfeição, o melhor será aquele que tiver as melhores comunicações: é pela obra que se pode julgá-los. Comunicações constantemente boas e elevadas, onde não se percebesse nenhum indício de inferioridade, seriam, incontestavelmente, uma prova da superioridade moral do médium, porque atestariam felizes simpatias. Por isso mesmo, porque o médium não poderia ser perfeito, os Espíritos levianos, trapaceiros e mentirosos, podem se misturar às suas comunicações, alterar-lhe a pureza e induzir em erro, ele e àqueles que se lhes dirigem. Aí está o maior escolho do Espiritismo, e não lhe dissimulamos a gravidade. Pode-se evitá-lo? Dizemos alto e bom som: sim, é possível; o meio não é difícil e não pede senão o julgamento.

As boas intenções, a moralidade mesma do médium, não bastam sempre para preservá-lo da intromissão de Espíritos levianos, mentirosos ou pseudo-sábios em suas comunicações; além dos defeitos de seu próprio Espírito, pode se expor a eles por outras causas, cuja principal é a fraqueza de seu caráter e uma excessiva confiança na invariável superioridade dos Espíritos que se comunicam por ele; essa confiança cega prende-se a uma causa que explicaremos dentro em pouco. Se não se quer ser vítimas desses Espíritos levianos, é preciso julgá-los, e para isso temos um critério infalível: o bom senso e a razão. Sabemos as qualidades da linguagem que caracterizam, entre nós, os homens verdadeiramente bons e superiores, essas qualidades são as mesmas para os Espíritos; devemos julgá-los por sua linguagem. Não poderíamos muito repetir o que caracteriza a dos Espíritos elevados: ela é constantemente digna, nobre, sem fanfarrice e contradição, pura de toda trivialidade, marcada por uma inalterável benevolência. Os bons Espíritos aconselham; eles não mandam; eles não se impõem; sobre o que ignoram, se calam. Os Espíritos levianos falam com a mesma segurança daquilo que sabem e daquilo que não sabem, respondem a tudo sem se importarem com a verdade. Nós os vimos, em um ditado supostamente sério, colocar, com uma imperturbável firmeza, César no tempo de Alexandre; outros afirmarem que não é a Terra que gira ao redor do Sol. Em resumo, toda expressão grosseira ou simplesmente inconveniente, toda marca de orgulho e de presunção, toda máxima contrária à sã moral, toda heresia científica notória, é, entre os Espíritos, como entre os homens, um sinal incontestável de má natureza, de ignorância ou pelo menos de leviandade. De onde se segue que é preciso pesar tudo o que dizem e fazê-los passar pelo crisol da lógica e do bom senso; é uma recomendação que nos fazem, sem cessar, os bons Espíritos. “Deus, nos dizem, não vos deu o julgamento para nada; servi-vos dele, pois, para saber com quem tendes relação.”

Os maus Espíritos temem o exame; eles dizem: “Aceitai nossas palavras e não as julgueis.” Se tivessem a consciência de estar com a verdade, não temeriam a luz.

O hábito de escrutar as menores palavras dos Espíritos, de pesar-lhes o valor, (do ponto de vista do pensamento, e não da forma gramatical, com a qual têm pouco cuidado,) distância forçosamente os Espíritos mal intencionados, que não vêm, então, perder inutilmente seu tempo, uma vez que se rejeite tudo o que é mau ou de origem suspeita.

Mas quando se aceita cegamente tudo o que dizem, que se coloca, por assim dizer, de joelhos diante de sua pretensa sabedoria, fazem o que fariam os homens – disso abusam.
Se o médium é senhor de si, se não se deixa dominar por um entusiasmo irrefletido, pode fazer o que aconselhamos; mas, frequentemente, ocorre que o Espírito o subjuga a ponto de fasciná-lo e fazê-lo achar admiráveis as coisas mais ridículas, e se abandona tanto mais a essa perniciosa confiança que, fortificado em suas boas intenções e seus bons sentimentos, crê que isso basta para afastar os maus Espíritos; não, isso não basta, porque esses Espíritos ficam encantados em fazê-lo cair na armadilha, aproveitando-se de sua fraqueza e de sua credulidade. Que fazer então? Atribuir a um terceiro desinteressado que, julgando com sangue frio e sem prevenção, poderá ver uma palha aí onde ele não via uma trave.

A ciência espírita exige uma grande experiência que não se adquire, como em todas as ciências filosóficas e outras, senão por um estudo longo, assíduo e perseverante, e por numerosas observações. Ela não compreende somente o estudo dos fenômenos propriamente ditos, mas também, e sobretudo, o dos costumes, se podemos nos exprimir assim, do mundo oculto, desde o mais baixo até o mais alto degrau da escala. Seria muita presunção crer-se suficientemente esclarecido e passar a senhor depois de algumas experiências. Uma tal pretensão não seria de um homem sério; porque quem lança um olhar escrutador sobre esses mistérios estranhos, vê desdobrar-se diante de si um horizonte tão vasto que anos são suficientes apenas para alcançá-lo; há os que pretendem fazê-lo em alguns dias!

De todas as disposições morais, a que dá mais presa aos Espíritos imperfeitos, é o orgulho. O orgulho é para os médiuns um escolho tanto mais perigoso quando não o reconhecem. É o orgulho que lhes dá essa crença cega na superioridade dos Espíritos que se ligam a ele, porque se lisonjeiam com certos nomes que lhes impõem; desde que um Espírito lhes disse: Eu sou um tal, eles se inclinam e tratam de não duvidarem disso, porque seu amor-próprio sofreria por encontrar sob essa máscara um Espírito de baixo estágio ou de má qualidade. O Espírito, que vê o lado fraco, dele se aproveita; gaba seu pretenso protegido, fala-lhe de origens ilustres que o incham mais, prometem-lhe um futuro brilhante, as honras, a fortuna, das quais ele parece ser o dispensador; se necessário afeta com ele uma ternura hipócrita; como resistir a tanta generosidade? Em uma palavra, engana-o e o conduz, como se diz vulgarmente, pela ponta do nariz; sua felicidade é ter um ser sob sua dependência. Interrogamos mais de um deles, sobre os motivos de sua obsessão; um deles nos respondeu isto: Eu quero ter um homem que faça a minha vontade; é o meu prazer. Quando lhes dissemos que íamos trabalhar para frustrar seus artifícios e abrir os olhos de seu oprimido, ele disse: Lutarei contra vós, e não vencereis, porque farei tanto quanto não credes. Com efeito, é uma tática desses Espíritos malfazejos; eles inspiram a desconfiança e o afastamento para as pessoas que possam desmascará-los e dar bons conselhos. Jamais semelhante coisa chega da parte dos bons Espíritos. Todo Espírito que sopra a discórdia, que excita a animosidade, entretém as dissidências, com isso revela sua natureza má; é preciso ser cego para não compreendê-lo e para crer que um bom Espírito possa compelir à desinteligência.

O orgulho, frequentemente, se desenvolve no médium à medida que aumenta a sua faculdade; dá-lhe importância; é procurado, e acaba por se crer indispensável; daí, algumas vezes, nele, um tom de presunção e de pretensão, ou ares de suficiência e de desdém, incompatíveis com a influência de um bom Espírito. Aquele que cai nessa má direção está perdido, porque Deus lhe deu a faculdade para o bem, e não para satisfazer a sua vaidade ou dela fazer um degrau de sua ambição. Esquece que esse poder, no qual confia, pode lhe ser retirado e que, frequentemente, não lhe foi dado senão como prova, do mesmo modo que a fortuna para certas pessoas. Se dela abusa, os bons Espíritos o abandonam pouco a pouco, e ele se torna o joguete dos Espíritos levianos que embalam suas ilusões, satisfeitos por terem vencido aquele que se acreditava forte. Foi assim que vimos se aniquilarem e se perderem as faculdades mais preciosas que, sem isso, poderiam tornar-se os mais poderosos e os mais úteis auxiliares. Isto se aplica a todo o gênero de médiuns, sejam para as comunicações físicas ou para as comunicações inteligentes. Infelizmente, o orgulho é um dos defeitos que a pessoa está menos disposta a confessar para si mesma e que menos se pode confessar aos outros, porque não o creem. Ide, pois, dizer a um desses médiuns que ele se deixa levar como uma criança, e vos dará as costas dizendo que sabe se conduzir e que não vedes claro. Podeis dizer a um homem que ele é beberrão, debochado, preguiçoso, inábil, imbecil, e disso rirá ou consentirá; dizei-lhe que é orgulhoso, e se zangará: prova evidente de que dissestes a verdade. Os conselhos, nesse caso, são tanto mais difíceis quanto o médium evite as pessoas que poderiam dar-lhos, foge de uma intimidade que teme. Os Espíritos, que sentem que os conselhos são golpes dados em seu poder, ao contrário, compelem-no para aquelas que o entretém em suas ilusões. Preparam-se muitas decepções, nas quais seu amor-próprio, mais uma vez, terá que sofrer; feliz, ainda, se disso não resultar nada de mais grave para ele.

Se insistimos longamente sobre esse ponto, foi porque a experiência nos demonstrou, em muitas ocasiões, que aí está uma das grandes dificuldades para a pureza e a sinceridade das comunicações dos médiuns. É quase inútil, depois disso, falar de outras imperfeições morais, tais como o egoísmo, a inveja, o ciúme, a ambição, a cupidez, a dureza de coração, a ingratidão, a sensualidade, etc. Cada um compreende que elas são tantas portas abertas aos Espíritos imperfeitos, ou pelo menos causas de fraqueza. Para afastar estes últimos, não basta dizer-lhes que se vão; não basta mesmo o querer e ainda menos conjurá-los: é preciso lhes fechar a sua porta e os ouvidos, provar-lhes que se é mais forte do que eles, e, incontestável mente, pelo amor ao bem, a caridade, a doçura, a simplicidade, a modéstia e o desinteresse, qualidades que nos conciliam com a benevolência dos bons Espíritos; é seu apoio que faz a nossa força, e se eles nos deixam, algumas vezes, presa dos maus, é uma prova para a nossa fé e o nosso caráter.

Que os médiuns não se assustem muito, entretanto, com a severidade das condições que acabamos de falar; elas são lógicas, convir-se-á, mas se erraria rejeitando-as. As comunicações más que se podem ter, em verdade, são bem o índice de alguma fraqueza, mas nem sempre um sinal de indignidade; pode-se ser fraco e bom. Em todos os casos, é um meio de reconhecer suas próprias imperfeições. Nós o dissemos, em um outro artigo, que não há necessidade de ser médium para estar sob a influência de maus Espíritos, que agem nas sombras; com a faculdade mediúnica, o inimigo se mostra e se trai; sabe-se com quem se relaciona e pode-se combatê-lo; assim é que uma má comunicação pode tornar-se útil lição, sabendo-se aproveitá-la.

De resto, seria injusto colocar todas as más comunicações à conta do médium; falamos daquelas que obtêm por si mesmos, fora de toda outra influência, e não daquelas que se produzem em um meio qualquer, ora, todo o mundo sabe que os Espíritos, atraídos por esse meio, podem prejudicar as manifestações, seja pela diversidade de caracteres, seja pela falta de recolhimento. E uma regra geral que as melhores comunicações ocorrem na intimidade, e em um círculo reduzido e homogêneo. Em toda comunicação, várias influências estão em jogo; a do médium, a do meio, e a da pessoa que interroga. Essas influências podem reagir umas sobre as outras, se neutralizarem ou se corroborarem: isso depende do objetivo que se propõe, e do pensamento dominante. Vimos excelentes comunicações obtidas em círculos, e com médiuns que não reuniam todas as condições desejáveis; nesse caso, os bons Espíritos vieram por uma pessoa em particular, porque isso era útil; vimos comunicações más obtidas por bons médiuns, unicamente porque o interrogador não tinha intenções sérias e atraía os Espíritos levianos que zombavam dele. Tudo isso pede tato e observação, e concebe-se, facilmente, a preponderância que devem ter todas as condições reunidas.

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