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Carta ligeira

Autor: Alfredo Nora (espírito)

*

Meu Lasneau, não é bilhete,

Não é ofício, nem ata.

É o coração que desata

Meus pesares num lembrete.

*

Lasneau amigo, esta choça,

Onde a carne, breve, passa,

Cheia de lama e fumaça,

É minúscula palhoça.

*

A Terra, ante o sol da Graça,

É feio talhão de roça,

Detendo por balda nossa

Descrença, guerra e cachaça.

*

Agora é que entendo isso,

Mas é triste a fé sem viço

Que o sepulcro impõe à pressa…

*

Espere sem alvoroço,

Além da prisão de osso,

A vida real começa.

*

Oh! meu caro, se eu pudesse

Dizer tudo o que não disse,

Sem a velha esquisitice

Que inda agora me entontece!

*

Entretanto, é clara a messe

Da sementeira de asnice.

Perdi tempo em maluquice

E o tempo me desconhece.

*

É natural que padeça

A minha pobre cabeça

Perante a Luz, face a face.

*

Não me olvide em sua prece,

Desejo que a luta cesse,

Que a coisa melhore e… passe.

Nota

A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo

Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo

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