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Espiritismo e as falácias científicas

Autor: Germano Siqueira

Antes de qualquer discussão, consideremos o texto de Kardec, retirado do capítulo primeiro de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”:

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso.

Baseadas nisso, tenho visto muitas pessoas justificando fatos e acontecimentos relacionados ao mundo espiritual com explicações científicas. Mas será que temos, de fato, conhecimento e desenvolvimento científico para usar tais argumentos? Será que o que sabemos de Física Quântica, por exemplo, é suficiente para explicar os fenômenos do plano espiritual?

De fato, como Kardec mesmo nos mostra, nada existe de sobrenatural nas manifestações que percebemos (ou deixamos passar em branco) diariamente. E com certeza absoluta, tudo será um dia explicado cientificamente. Mas ainda temos um longo caminho até que esse dia chegue. Da mesma forma que a existência de outros planetas, a rotação da Terra em torno do Sol e, em nível molecular, as reações bioquímicas que acontecem o tempo todo nas nossas células foram tempos atrás um mistério para nós, a ação do plano espiritual ainda foge muito do escopo da nossa Ciência atual. Nossos instrumentos de medição ainda não são capazes de detectar os Espíritos, quanto menos de quantificar sua influência. Mas insistimos em usar nosso pequeno conhecimento científico para justificar esses fenômenos.

A literatura espírita nos tem mostrado um grande avanço nas pesquisas do plano espiritual. O belíssimo trabalho de André Luiz, por exemplo, reportado em suas obras, nos concebeu um conhecimento do que, para a maioria de nós, ainda é invisível e imensurável. Seus relatos sobre o mecanismo de ação dos Espíritos no plano material nos permitiram entender um pouco sobre esses fenômenos e fazer algumas relações com a nossa Ciência atual, aplicada principalmente à matéria. No entanto, para nós, enquanto Espíritos encarnados, essas manifestações ainda não podem ser medidas e seus efeitos não podem ser quantificados. Por isso as relações e comparações devem ser minuciosamente analisadas antes de serem divulgadas.

Que fique claro que meu objetivo com esse texto não é repreender a relação Espiritismo/Ciência. Muito pelo contrário! O Espiritismo é uma Ciência, o que faz de nós cientistas. Como tais, devemos ser capazes de analisar os fatos embasados em muito estudo e pesquisa, não apenas no que nos foi dito. Cada informação deve ser cautelosamente avaliada, confirmada ou refutada, e as fontes devem ser confiáveis, como em todo trabalho científico. Sejamos verdadeiros cientistas, pesquisadores, para que possamos divulgar, com a maior credibilidade possível, essa fantástica e confortadora Ciência, ainda questionada e ridicularizada pela maioria.

Fala MEU! Edição 87, ano 2012

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