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JT: Movimento jovem espírita no estado de SP

Por: Felipe Gallesco

Ele tem 29 anos, é publicitário, trabalha na área de marketing da prefeitura de Atibaia, é também 3º secretário da diretoria executiva da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e, desde 2010, assumiu como diretor o Departamento de Mocidade no Estado de São Paulo (DM/USE).

A FM! conversou com João Thiago de Oliveira Garcia, conhecido como JT, que nos contou um pouco sobre o trabalho do movimento jovem espírita no estado mais populoso do Brasil.

O que é a União das Sociedades Espíritas (USE) e qual sua principal função?

A USE é a entidade coordenadora e representativa do movimento espírita do estado de São Paulo no Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira (CFN/ FEB). Resumindo, é a USE quem representa todos os espíritas paulistas na FEB. A USE tem por finalidade unir as instituições espíritas; difundir o Espiritismo nos seus aspectos filosófico, científico e religioso; e realizar trabalhos, que, por sua natureza, não possam ser realizados individualmente pelas instituições espíritas. A USE não é um Centro Espírita, é a união dos Centros Espíritas. Hoje, mais de 1.400 instituições espíritas fazem parte da USE.

Quais trabalhos o departamento de mocidade estadual realiza?

Mais do que realizar encontros de Mocidade, o DM/USE tem por objetivo coordenar e orientar os trabalhos de Mocidade Espírita no Estado de São Paulo, visando seu aprimoramento Administrativo e Doutrinário, com base nas obras codificadas por Allan Kardec, para atender as finalidades que lhe competem. Buscamos também o fortalecimento do Movimento de Unificação, com base no ideal de unificação patrocinado pela USE e orientamos a organização e o funcionamento dos departamentos de Mocidade dos órgãos da USE e, quando solicitado, os das sociedades espíritas que fazem parte ou não do movimento.

Como é organizado o movimento jovem espírita em São Paulo?

A estrutura de organização é similar a da USE, porém com algumas peculiaridades. O DM/USE, por exemplo, tem seu diretor indicado pelas Mocidades Espíritas de todo estado. Esse por sua vez é auxiliado por três secretários (Administrativo, Doutrina e Divulgação), porém, mesmo assim, seria praticamente impossível atingir o estado todo, por isso o dividimos em 4 grandes regiões que abrangem as Regionais da USE, chamadas de Assessorias Seccionais, e estas por sua vez são coordenadas por seus Assessores e Adjuntos. Com essa estrutura e organização o DM/USE está presente nos quatro cantos do Estado.

Qual o número aproximado de mocidades que o compõem?

Em São Paulo o pessoal tem um hábito ruim de não fazer ou esquecer-se de enviar os relatórios dos eventos e atividades, e isso prejudica um pouco esse “censo”. Posso afirmar com certeza, com base em nosso último grande evento estadual, a Confraternização das Mocidades Espíritas do Estado de São Paulo (COMJESP), realizada em Guarulhos no ano passado, que registramos a participação de 199 Mocidades Espíritas de 99 cidades diferentes do estado. Porém, se levarmos em conta que a “USE somos todos nós”, e que é a USE quem representa oficialmente o Movimento Espírita Paulista, posso dizer sem qualquer pretensão ou presunção que todas as Mocidades e Juventudes Espíritas localizadas no estado de São Paulo são parte integrante do DM, e só lamento mesmo não termos todas representadas em nossos eventos, reuniões e atividades.

Quais são os principais encontros que acontecem?

O DM/USE é o responsável por dois grandes eventos, três na verdade. Dois são bem semelhantes, são as Confraternizações Seccionais e a COMJESP. Esses eventos são para fortalecer os laços de amizade e confraternização dos Membros das Mocidades Espíritas, estudo da Doutrina Espírita, estímulo à vivencia dos princípios espíritas e incentivo à participação e integração dos jovens nos trabalhos de Mocidade Espírita e Movimento Juvenil de Unificação. A diferença é que as Confraternizações de Mocidades, as COMEs (COMELESP, COMECELESP, COMENESP e COMENOESP) acontecem anualmente e a COMJESP somente a cada 5 anos. Isso porque seria impraticável tentar reunir o estado todo todos os anos. Visando, porém, além da confraternização e objetivando a reciclagem e troca de ideias e experiências sobre o trabalho de coordenação de Mocidade Espírita, debate e integração da estrutura do Movimento Juvenil de Unificação. Pensando também no preparo do jovem para o trabalho nas Casas Espíritas, realizamos a cada dois anos o Encontro Estadual da Comissão Diretora de Mocidades Espíritas (EECDME). Neste ano o EECDME será realizado na cidade de Americana, e o tema é “Sim Jesus, eu aceito – trabalhemos juntos e unamos nossos esforços”. Buscaremos no EECDME 2012 mais do que motivar os novos trabalhadores demonstrando as várias possibilidades, oferecer “novas energias” e ferramentas aos que já se dedicam ao movimento jovem espírita ou aos que sentem o chamado e aceitam o desafio. O Espírito Erasto em “Missão dos Espíritas” (ESE cap. 20 it. 4) nos diz que é chegada a hora em que devemos sacrificar nossos hábitos, nossos trabalhos e nossas ocupações fúteis a favor da divulgação da Doutrina Espírita. Tendo por guia e modelo Jesus, que na sua juventude fez a diferença em seu tempo, hoje somos nós os chamados. Prontos ou não, é hora de deixar de lado o medo e dizer: Sim Jesus, eu aceito.

Como incentivar o jovem para participar dos trabalhos da mocidade, casa espírita e movimento?

Para incentivar o jovem a trabalhar basta dar espaço para ele. Não falo só de lembrar da mocidade na hora de carregar cadeiras, cantar musiquinhas ou fazer teatrinhos. Isso é importante, mas não é só isso. Toda ocupação útil é um trabalho (LE q.675), e portanto deve-se deixar as portas abertas para os jovens trabalharem nas Casas Espíritas. Quando você tem algo a fazer e se sente necessário, tem a motivação para seguir. Costumo dizer que quando alguém se pré-dispõe a ser monitor de encontro, diretor de departamento ou dirigente, que o mais difícil ele já tem: a vontade. A realização do trabalho é consequência do emprego da vontade, e cabe a nós enquanto liderança permitir e buscar os espaços para o desenvolvimento das potencialidades. Ouvi uma frase uma vez que me marcou, ela dizia: “O jovem não dá trabalho, ele busca”.

Quais são as maiores dificuldades que você observa nos grupos de mocidade?

O desanimo é uma dificuldade. Talvez por ser fruto da falta de fé e coragem, ele tire muitos jovens do movimento. As questões administrativas e pedagógicas, preparo e maturidade não são problemas ao meu ver porque, pra isso, tem um monte de livros e cursos e nem por isso a evasão dos grupos de Mocidade diminui. Percebemos hoje um olhar especial para os Jovens Espíritas, não só aqui em São Paulo, mas em todo Brasil. Nas reuniões dos Departamentos de Infância e Juventude das Federativas Estaduais nos âmbitos setoriais do Conselho Federativo Nacional, tem se falado, debatido e pensado muito para fortalecer e fomentar o trabalho não só na Infância e Juventude, mas na família em geral. Estando ao mesmo tempo nas duas pontas, membro de Mocidade e Diretor do DM, vejo o quanto as coisas estão longe de serem ideais, perfeitas. Porém vejo e reconheço que o trabalho feito pelos que aqui estiveram antes da gente, foi de fundamental importância, pois sem eles não teríamos as condições, boas ou más, que temos hoje. Nossa atuação, posso dizer, se resume em trabalhar para mostrar que é possível sim, e que se mais pessoas acreditarem, mais pessoas poderão compartilhar dos momentos que passamos juntos.

Você falou do CFN, fale um pouco desse trabalho que vai além das fronteiras do Estado e qual a contribuição para o movimento?

As Mocidades sempre tiveram grande força no Movimento de Unificação. Tanto é que basta olhar para as lideranças do Movimento Espírita Brasileiro de hoje para ver que quase todos deram seus primeiros passos na Mocidade Espírita. Na COMJESP 2011 em Guarulhos, tivemos a oportunidade de receber a visita de jovens espíritas de oito Estados: Maranhão, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, Roraima, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Isso mostrou para a gente que não estamos, e nem precisamos estar, sozinhos no trabalho. Depois disso, visitamos alguns trabalhos de outras Federativas como o Encontro de Trabalhados de Mocidade Espírita (ENTRAME), organizado pelo DIJ-FEEGO, o chamado ‘Mocizade’ de Goiás, e também do Encontro de Mocidades Espíritas do Espírito Santo (EMEES), organizado pelo DIJ-FEEES. Em julho deste ano teremos em Brasília o 6º Encontro Nacional dos Departamentos de Infância e Juventude, além da reunião do CFN Regional Sul que acontece no final Abril em Florianópolis. Olhando o pequinês do trabalho que realizamos na Casa Espírita, às vezes não imaginamos a grandiosidade do trabalho, porém, é com os olhos nos grupos de Mocidade, sejam eles com três ou 60 participantes, que vamos aos eventos e reuniões para tentar trocar e buscar subsídios para o trabalho que pretendemos realizar aqui.

Qual o papel do jovem neste processo de transformação moral do planeta?

O grande papel de habitante do planeta. Não é nossa cronologia física que deve pautar nosso comprometimento nesse processo, e sim nossa condição de terrícolas. Ninguém precisa fazer mais do que dá conta, basta fazer o que lhe cabe. Gosto sempre de lembrar que é muito gostoso o momento de Natal e Ano Novo porque todos no Planeta vibram na mesma faixa de amor, perdão, amizade, renovação, esperança… Que bom seria se vibrássemos sempre assim, sem precisar de pretextos.

Deixe sua mensagem para as mocidades espíritas no Brasil.

Primeiramente os convido para conhecer um pouco do nosso trabalho nos visitando no EECDME, informações no site www.usesp. org.br/eecdme. É interessante falar com as Mocidades do Brasil, me lembro da galera que esteve na COMJESP. Portanto aos Henriques, Charlotes, Vinicius, Paulos, Andressas, Thiagos, Nathálias, aos Jovens Espíritas da Pátria do Evangelho, que possamos permanecer no amor fraternal como saudava aos seus amigos aquele que empresta seu nome ao nosso estado. Se antes de reencarnarmos assumimos um compromisso com Jesus, então que não tenhamos medo de prosseguir em seus desígnios e trabalhemos juntos sim, não só para que o Senhor ao voltar encontre terminada a obra, mas para que mais jovens possam compartilhar dos momentos “mágicos” que vivemos na chamada Mocidade Espírita. Grande abraços meus queridos, e que tenhamos realmente confiança nas promessas de Jesus.

Fala MEU! Edição 86, ano 2012

Observação: Foto da chamada de texto atualizada em 2023

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