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Mozart morreu compondo

Autor: Altamirando Carneiro

Na Revista Espírita de maio de 1859 há o registro de uma comunicação do Espírito de Mozart, da qual destacamos o seguinte diálogo:

– A música do mundo que habitais pode comparar-se à nossa?

“Tereis dificuldade de compreender. Temos sentidos que ainda não possuís.” 

– Disseram-nos que no vosso mundo há uma harmonia natural, universal, que não conhecemos aqui embaixo.

“É verdade. Aí na Terra fazeis a música; aqui, toda a Natureza faz ouvir sons melodiosos.”

Wolfgang Amadeus Mozart era austríaco. Nasceu em Salzburgo, em 27 de janeiro de 1756 e desencarnou em Viena, em 5 de dezembro de 1791. Aos sete anos, realizou uma grande turnê pela Europa (Alemanha, França, Inglaterra, Holanda), na qual foi admirado como criança prodígio.

Aluno de seu pai, foi, porém, durante as longas permanências em Viena e na Itália que aprofundou seus conhecimentos. Em 1782 casou-se com Constance Weber.

Em sua produção musical, pela perfeição de sua estrutura, pela riqueza, originalidade e sensibilidade, Mozart transcendeu todos os esquemas estabelecidos pelos antecessores e contemporâneos. Assimilou as mais diversas influências (sinfonias concertantes francesas, singspiel alemão, música de câmara vienense, música dramática italiana) com uma extraordinária facilidade e realizou uma síntese que revela toda a sua genialidade.

Ele disse: “Não ouço, em minha fantasia, uma parte após a outra, mas tudo de uma só vez. Quantas vezes os pensamentos me invadem! Donde vêm ou como são, não estão em mim dizê-lo”.

Um amigo de Mozart havia perguntado o que acontecia quando ele compunha. Em carta dirigida ao mesmo, assim se expressou: “Não posso te dizer verdadeiramente a esse respeito, senão o que se segue: os pensamentos musicais me vêm em abundância. Ignoro donde procedem e como me chegam; nisto não tem minha vontade a menor intervenção”.

Mozart morreu compondo. Ou melhor: após ter composto o seu Réquiem, ele estava em seu leito, repousando, quando ouviu suaves melodias. Chamando um amigo, confidenciou-lhe:

– Estou ouvindo música.

O amigo nada escutava. Arrebatado, Mozart começou a compor o Réquiem, que seria a sua última composição. Ao terminar, chamou a filha Emelia, mostrou a partitura e disse-lhe:

– Vem, Emelia, minha tarefa está cumprida; terminei meu Réquiem.

Emelia pegou a partitura, leu atentamente, entoando algumas passagens. Ao voltar-se, satisfeita, para o pai, encontrou-o morto, com um sorriso nos lábios.

Faculdade inerente ao homem – Diz o capítulo XIV – Os médiuns –, de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec:

“Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns. Usualmente, porém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.

Deve-se notar, ainda, que essa faculdade não se revela em todos da mesma maneira. Os médiuns têm, geralmente, aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de manifestações. As principais são: médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos ou impressionáveis, auditivos, falantes, videntes, sonâmbulos, curadores, pneumatógrafos, escreventes ou psicógrafos”.

Numa nota de rodapé, a tradução de J. Herculano Pires anota: “As classificações mediúnicas são variáveis, sofrendo a influência dos costumes e condições de épocas e países. Allan Kardec faz uma classificação em linhas gerais. Alguns nomes se modificam entre nós. Os médiuns auditivos são geralmente chamados audientes, os falantes receberam a designação de médiuns de incorporação e atualmente de psicofônicos, os sonâmbulos são geralmente chamados anímicos, os pneumatógrafos são chamados de escrita direta”.

Seria exagero dizer que as composições de Wolfgang Amadeus Mozart não foram dele próprio, ou dede em “parceria” com algum amigo espiritual. Foram todas dele. Mas no seu trabalho, esteve sempre acompanhado dos bons mentores espirituais. Daí, a sua inspiração constante.

O consolador – Ano 10 – N 482

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