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“Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”

Autora: Teresinha Olivier                              

Fomos condicionados a pensar, por muitas e muitas encarnações, que existem criaturas que nos induzem a agir de maneira errada, que somos vítimas de seres mal intencionados que nos empurram para o erro a fim de nos perdermos nas malhas do “pecado” e não merecermos o céu dos eleitos.

Fomos educados a pensar que as “tentações” vêm de fora, que estão sempre à espreita, preparando armadilhas para nos envolver, e na prece, pedimos que Deus nos livre desses perigos.

Mas a Doutrina Espírita mostra que as coisas não funcionam dessa maneira, e sim que somos “tentados” naquilo que cultivamos em nós mesmos, na forma de pensamentos e sentimentos. E é justamente isso que nos coloca em situações nas quais podemos cometer deslizes.

Quando nos deixamos levar pelas tendências negativas, permitindo que transbordem através de pensamentos e sentimentos inferiores, mesmo que não se exteriorizem em palavras e atos, irradiamos um campo energético equivalente, cujas vibrações sintonizam com outras do mesmo teor, de encarnados ou desencarnados, pela lei da afinidade. Sendo esses seres de tendência igualmente negativa, suas energias deletérias “reforçam” as nossas.

Portanto, a “tentação”, na realidade, não é exterior a nós. A causa está em nosso íntimo, sendo que apenas acionamos o processo ou damos condições para que se apresentem situações, nas quais ficamos suscetíveis de agir dessa ou daquela forma. Porém, não esqueçamos que nosso arbítrio nunca será anulado e, seja qual for o desafio do momento, temos o poder de decisão e de escolha.

Quando pedimos, na prece, que Deus não nos deixe cair em tentação, na verdade busca-se forças para vencer as más inclinações e resistir ao mal que ainda alimentamos.

Deus nos deu a livre-escolha justamente para desenvolvermos, em nós e por nós, o discernimento do que é correto e do que não é.

Como somos os artífices do nosso destino, quando provocamos as “tentações” atraímos o que não é bom para nossas vidas, como consequência natural das escolhas equivocadas.

Mas podemos criar, em torno dos nossos passos, vibrações positivas a partir de pensamentos e sentimentos elevados, com vontade sincera e enérgica de nos modificarmos para melhor, de vencer no íntimo, aquilo que nos torna vulneráveis, atraindo o auxílio de Espíritos que desejam nosso progresso espiritual e nos impulsionam para esse objetivo.

Da mesma forma que Espíritos inferiores são atraídos pelos nossos pensamentos e sentimentos negativos e nos induzem ao mal que alimentamos no íntimo, Espíritos benfazejos e amigos, aguardam os momentos em que nos dispomos a pensamentos e sentimentos edificantes, para nos fortalecerem, usando do mesmo processo, só que com vistas ao bem maior.

Temos recursos interiores, tanto para os descaminhos como para as realizações maiores. Irmos para uma ou outra direção depende apenas de ficarmos atentos aos mecanismos dos nossos pensamentos e sentimentos.

Somente estaremos imunes às influências negativas quando encaminharmos nosso mundo íntimo para as realizações da alma imortal, tendo em vista, de forma consciente, o objetivo para o qual fomos criados: a evolução espiritual.

Jornal do NEIE-CEM, Edição 161, Outubro de 2010

Dica

A autora participa semanalmente dos grupos de estudos online, abaixo. Se tiver interesse em participar também, são abertos para todos os públicos.

Reuniões: Estudo do livro O Céu e o Inferno (primeira edição autêntica)

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