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O dirigente espírita, os voluntários e os pedintes

Autor: Wellington Balbo

O administrador de empresas de sucesso é aquele que conhece com propriedade a realidade e o mercado em que sua empresa está inserida. Ele – o administrador – necessita estar atento às mudanças de todas as esferas, para que permaneça atualizado e possa assim dar sua parcela de contribuição para o crescimento da Organização que está sob sua responsabilidade.

E quando falamos na realidade do administrador, não podemos nos esquecer de que é, também, a realidade do dirigente espírita, que é o administrador da Casa Espírita. Por isso é de suma importância que o dirigente espírita adquira alguns conhecimentos básicos da ciência da administração.

Mas por que adquirir esses conhecimentos? A resposta é simples: porque lidará com pessoas, com a administração propriamente dita e também com valores tangíveis, tais como o dinheiro e o patrimônio da Casa, e valores intangíveis, como a habilidade e as aptidões dos trabalhadores que com ele estão frequentando ou auxiliando na administração da Casa.

Nas visitas em palestras que realizamos nos centros espíritas procuramos conversar com os dirigentes sobre os trabalhadores da Casa. Como estão? Há motivação no desempenho da tarefa que se propuseram a realizar no centro espírita? Estão comprometidos?

E a resposta vem, nem sempre animadora: “São poucos trabalhadores e temos dificuldades com voluntários”.

Se a Casa que está sob sua direção, caro dirigente, não apresenta dificuldades com trabalhadores e há abundância de trabalhadores, este material de nada servirá. Todavia, se enfrenta problemas com voluntários e há escassez de pessoas, prossiga na leitura, porque diante do panorama que se apresenta cabem os seguintes questionamentos:

Por que são poucos os trabalhadores? Por que a mensagem espírita, que pede constante participação, não vem tocando o coração das pessoas? Será que falta divulgação? Maior clareza na comunicação? Será que eu, como dirigente espírita, conheço de fato o mercado, ou seja, a realidade em que estão mergulhados os frequentadores da Casa que está sob minha coordenação?

Estes questionamentos requerem humildade, porquanto para confrontar a si mesmo e sua forma de administração o dirigente espírita terá de se despojar do orgulho. Um exercício que redundará, inclusive, em sua melhora moral. A grande questão é que o centro espírita, em muitas ocasiões, funciona como hospital a oferecer o lenitivo ao doente.

Entretanto, esta deveria ser, em realidade, apenas a primeira etapa. No segundo momento, o centro espírita deveria funcionar como abençoada escola, autêntica universidade da alma, que educa os Espíritos na busca do seu equilíbrio íntimo. E num estágio mais avançado, vemos o centro espírita como escola e oficina de trabalho, proporcionando aos seus frequentadores as sagradas oportunidades de servir ao próximo, mas também de descobrir seus talentos.

Porém, infelizmente, por razões diversas ainda está enraizada no ser humano a tendência de criar seres dependentes; ou seja, pessoas dependentes ―eternamente‖ do passe, da cesta básica, do conselho…

Salientamos que toda ajuda à alma humana em dificuldade é importante e necessária, no entanto, o centro espírita em suas atividades deve primar pela educação que constrói criaturas amadurecidas, que podem caminhar com suas próprias pernas.

Ao proporcionar meios para que as pessoas possam se autogovernar, o centro espírita formará um trabalhador que deixará a condição de pedinte contumaz para tornar-se colaborador consciente e eficaz. Reforçando: o auxílio de todos os matizes prestado pela casa espírita é relevante; o que nada agrega é o falso auxílio que alimenta eternos pedintes, tornando o centro espírita apenas um hospital.

Cabe, pois, ao dirigente espírita, empreender esforços para que o centro espírita pule o degrau de hospital transformando-se em escola, habilitando o “recuperado” a aprender e depois servir de modo competente; aí está também o centro espírita atuando como abençoada oficina.

Por isso, questionar a administração e buscar sempre resultados positivos na questão que envolve a motivação dos trabalhadores é um quesito que não pode ser perdido de vista.

A responsabilidade do dirigente espírita é grande, porquanto ele traz consigo o ideal espírita, que visa, fundamentalmente, à regeneração da humanidade.

Dica

Material extraído do livro abaixo. Leia o ebook de forma gratuita:

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