Agosto lilás: uma reflexão espírita sobre o combate à violência contra a mulher

Um Tema para Todas as Idades

Apoio: Jovens com Yvonne + Juventude Espírita

O Agosto Lilás é uma campanha nacional que reforça a luta pelo fim da violência contra a mulher, inspirada pela Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006). A cor lilás simboliza dignidade, respeito e espiritualidade — valores que precisam ser cultivados e defendidos em todas as fases da vida.

A violência contra a mulher é um problema social e espiritual. No Brasil, dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que a cada dois minutos uma mulher é agredida e que três mulheres são vítimas de feminicídio por dia. Esses números chocantes não são apenas estatísticas frias — representam vidas, histórias e lares marcados pelo sofrimento.

Por que falar sobre isso em todas as idades?

O combate à violência não é um tema restrito a adultos, advogados ou autoridades policiais — deve ser um assunto presente na infância, na juventude, na maturidade e na velhice.

Cada faixa etária pode e deve contribuir para essa mudança:

Crianças: aprendendo sobre respeito, empatia e igualdade desde cedo, para não reproduzirem comportamentos violentos no futuro.

Adolescentes: entendendo que ciúmes, controle e agressividade não são sinais de amor, mas de abuso.

Adultos: atuando como agentes de denúncia, acolhimento e prevenção.

Idosos: usando sua experiência para orientar, aconselhar e quebrar o silêncio sobre situações de abuso.

📖 “O Espírito não tem sexo. Nas encarnações, ora é homem, ora mulher, para desenvolver as qualidades de um e de outro.” (O Livro dos Espíritos, q. 201)

As formas de violência segundo a lei

A Lei Maria da Penha reconhece cinco tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Todas elas são condenáveis à luz da Doutrina Espírita, que nos lembra:

📖 “O homem só é superior ao outro pelo bem que faz e pelo mal que evita.” (LE, q. 886)

O olhar da Doutrina Espírita

A Doutrina Espírita não silencia diante de injustiças. Pelo contrário, nos chama à responsabilidade moral: combater o mal com coragem e amor, instruindo e corrigindo sem conivência.

📖 “Amar ao próximo como a si mesmo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejaríamos que nos fosse feito.” (ESE, cap. XI)

A violência contra a mulher é fruto de ignorância espiritual, orgulho e egoísmo. Para eliminá-la, é preciso educar corações e mentes — nas famílias, nas escolas, nos centros espíritas e nos espaços públicos.

Yvonne A. Pereira e a lição de Memórias de um Suicida

Na obra Memórias de um Suicida, psicografada por Yvonne A. Pereira, há advertências severas contra a crueldade física e moral. A autora espiritual ressalta que toda palavra humilhante e todo gesto de agressão deixam marcas no perispírito do agressor, exigindo reparações futuras.

📖 “Nenhum gesto de crueldade se apaga do livro da vida. A consciência cobrará, cedo ou tarde, a reparação indispensável.” (Memórias de um Suicida, parte II)

A narrativa mostra que a violência moral — humilhações, insultos, desprezo — pode levar vítimas ao desespero, inclusive ao suicídio. Assim, quem pratica tais atos responde não apenas perante as leis humanas, mas também diante das Leis Divinas.

A semente do mal e o silêncio cúmplice

A violência começa no detalhe: no comentário depreciativo, no controle disfarçado de cuidado, no isolamento social da vítima. Quando não é combatida desde cedo, enraíza-se e se transforma em agressão aberta.

📖 “O silêncio dos bons favorece a impunidade dos maus.” (Memórias de um Suicida, parte III)

Por isso, é dever de todos — independentemente da idade — denunciar, orientar e proteger.

A contribuição da juventude e das famílias

Grupos jovens espíritas, como o Jovens com Yvonne, têm um papel especial: abrir espaço para conversas francas sobre respeito, relações saudáveis e direitos.

Famílias devem ensinar pelo exemplo, cultivando relações baseadas no amor verdadeiro, que é livre de posse e violência.

Como agir diante da violência

Denuncie pelo 180 ou em delegacias especializadas.

Apoie a vítima, ouvindo sem julgamento e oferecendo auxílio prático.

Promova conversas sobre o tema em lares, escolas e centros espíritas.

Ore e vibre pela paz nos lares, mas sem se omitir diante de abusos.

Reflexão final

📖 “Fora da caridade não há salvação.” (ESE, cap. XV)

📖 “A vida é patrimônio sagrado. Atentar contra ela, direta ou indiretamente, é rebelar-se contra a Lei do Criador.” (Memórias de um Suicida, parte I)

O Agosto Lilás é mais que uma campanha: é um chamado à transformação moral e social. Falar sobre o assunto em todas as idades significa construir uma sociedade que valoriza a vida, respeita o próximo e cumpre as leis de Deus.

💜 Agosto Lilás – Um compromisso para todas as gerações.

Jovens com Yvonne + Juventude Espírita