fbpx

Apaixonados

Autor: Felipe Gallesco

Permitir amar é uma revolução para o espírito. Se você quiser tocar na essência de outra pessoa, terá de deixar que essa pessoa toque a sua essência também. Você terá que ficar vulnerável. Absolutamente vulnerável e aberto.

É arriscado, porque você nunca sabe o que a outra pessoa fará com você. Compartilhar sonhos e segredos é deixar de lado as máscaras do orgulho e do egoísmo que supostamente te protegem para navegar num oceano que te deixa exposto. É natural que o medo apareça.

Mesmo casais que vivem juntos muitos anos podem ser meros conhecidos, vivendo um relacionamento superficial de posse e controle. Porém, não confunda familiaridade com amor. Mesmo que as pessoas convivam juntas e o sexo exista, sem a beleza do amor o sexo se torna apenas o contato entre dois corpos, sem alcançar níveis mais elevados.

A mente norteada pelo medo impede a permissão do amor, porque ela está sempre calculando, planejando, fazendo arranjos, garantindo e arrumando avais. Isso cria uma barreira justificada com a crença de que o amor machuca. Mas, amor não machuca e nunca machucou ninguém. Se machucar pode ser tudo, menos amor.

O amor como flor rara, só pode existir quando não há medo, nunca antes disso. Não tendo medo não há o que esconder. É uma falsa crença acreditar que as pessoas devem se esconder, que precisam se proteger e constantemente estar dispostas a lutar, que todo mundo é inimigo e todos estão contra.

O contentamento profundo é o sinal visível de quem alcançou a coragem de se permitir amar. Sempre que uma pessoa está amando, ela sente um profundo contentamento. O amor não pode ser visto, mas o contentamento, a satisfação profunda e a coragem rodeiam a pessoa.

Quando se escolhe permitir o amor, sua vulnerabilidade, simplicidade e compaixão tornam-se seus mais belos atributos, sua fala se torna música, seu movimento parece dança e suas atitudes se tornam a prática da caridade, enchendo o mundo de verdade e luz.

E quando existe o amor e duas almas se encontram, dissolvendo-se, fundindo-se, nasce uma nova qualidade e o contentamento está presente; é como se toda a existência tivesse parado e não existisse nenhum movimento. Por alguns instantes dois espíritos se tornam apenas um. O presente é todo instante que existe e mesmo o medo, não significa nada para o espírito que ama.

Fala MEU! Edição 84, ano 2012

spot_img