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Educação é educação

Autor: Marcus De Mario

O educador e filósofo John Dewey (1859-1952), um dos principais teóricos do movimento da escola nova, já dizia em seu livro Experiência e Educação: “não desejo concluir sem registrar minha firme crença de que a questão fundamental não é de educação velha versus nova, nem de educação progressiva versus tradicional, mas de alguma coisa – seja qual for – que mereça o nome de educação. Não sou, espero e creio, a favor de quaisquer fins ou quaisquer métodos simplesmente porque se lhes deu o nome de progressivo. A questão básica, repito, prende-se à natureza de educação sem qualquer adjetivo qualificativo. Aquilo por que ansiamos e o de que precisamos é educação pura e simples.

Em seus estudos e atividades na Universidade de Columbia, Estados Unidos, Dewey percebeu que filósofos e cientistas da educação perdem muito tempo em discussões estéreis sobre o que seja educação, defendendo adjetivações e qualificações as mais diversas, deixando os educadores confusos, perplexos e perdidos. Precisamos de educação e ponto final.

Não é de ensino que precisamos. Não é de instrução que somos carentes. A família, a escola e a comunidade precisam trabalhar a educação, ou seja, o desenvolvimento equilibrado de todas as potencialidades do educando, encarando este como ser integral, destacando-se os potenciais cognitivos e emocionais, e sem desprezar suas dimensões sociais, históricas, psicológicas, religiosas e outras.

O que normalmente encontramos sendo desenvolvido não é educação. A preocupação com conteúdos curriculares, deveres de casa, provas, notas, tarefas avaliativas que levam em consideração apenas o que se encontra nos livros didáticos e exercícios de múltipla escolha, desenvolve apenas a instrução e memorização.

Educação deve preparar para a vida. A vida é dinâmica, repleta de nuances. A educação deve imitar a vida.

Escola com salas de aula, carteiras enfileiradas, professor ensinando, sinal tocando, regras rígidas e falta de autonomia dos alunos é escola que não educa, que não está no contexto da educação.

Família com autoritarismo dos pais, cerceamento da criatividade das crianças, cobranças exageradas sobre os jovens, com foco nos deveres escolares e castigos por qualquer falta às regras, é família que não educa, que não sabe o que é educação.

Acredito que, agora, já sabemos o que é educação.

Como complemento, para não deixar dúvida, educação é desenvolver o senso moral do educando, levando-o a aprender discernir entre o bem e o mal, para ele e para os outros. Isso é bem mais importante do que decorar nomes geográficos, datas históricas ou fórmulas matemáticas.

E quem foi que disse, provou e fundamentou pedagogicamente que avalia-se a educação do educando com provas e notas? Que adianta ele tirar nota dez, ou próxima dela, ser considerado excelente aluno, se é um péssimo cidadão?

Repetindo, pois neste caso repetir é essencial: educação é educação, e ponto final.

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