Autor: Augusto dos Anjos (espírito)
*
Na sombra abjeta e espessa das estradas,
Vive o homem da Terra adormecido,
No horrendo pesadelo de um vencido
Entre milhões de células cansadas.
*
Prantos sinistros! Loucas gargalhadas,
Pavorosos esgares de gemido,
E lá vai o fantasma embrutecido
Pelas sombras de lôbregas jornadas.
*
Homem da Terra! trágico segredo
De miséria, de horror, de ânsia e de medo,
Feito à noite de enigma profundo!…
*
Anjo da Sombra, mísero e perverso,
És o sentenciado do Universo
Na grade organogênica do mundo.
Nota
A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo
Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo